domingo, 1 de junho de 2014

FESTA DA ASCENSÃO DO SENHOR – Mt 28,16-20


“Se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica infecundo:  mas se morre, dá muito fruto. Floresceu, pois, novamente o Senhor ressuscitando do sepulcro, frutifica quando sobe ao céu.
 É flor quando é gerado nas profundezas da terra; é fruto quando é assentado em sua sublime sede. 

É grão – como ele mesmo diz quando, só, padece a cruz; é fruto quando se vê cercado 
da copiosa fé dos apóstolos, o que nos leva a refletir “que Páscoa e Ascensão são o mesmo acontecimento e nos falam de uma mesma realidade.
No dia da Ascensão, assim como no dia da Páscoa, deve-se observar a importância do olhar: na Páscoa, no túmulo, as mulheres olham para baixo: “cheias de medo, elas olhavam para o chão.
No entanto, os dois homens disseram: ‘Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo?’ – Lc 24,5. A ascensão, após 40 dias depois da Páscoa, o olhar dos discípulos está voltado para o alto: os dois homens vestidos de branco dirão aos discípulos: ‘Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?
Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como vistes partir para o céu’ – At 1,11. 
De fato, durante aqueles quarenta dias em que, depois da ressurreição , conviveu com seus discípulos, instruiu-lhes em toda a maturidade da sabedoria e os preparou para a safra abundante com toda a fecundidade de sua doutrina. Subiu ao céu, ou seja, ao Pai, levando o fruto da carne e deixando em seus discípulos as sementes da justiça.
Sementes da justiça, que para serem plantadas no coração do homem, necessitam da tríplice missão: 

Missão da proclamação (kerigma  às nações – Mt 28,19a ; Missão de santificação pelo batismo – Mt 28, 19b; Missão de formação para a vida cristã – v.20, permeadas pela fé, esperança e caridade.
 Fé, esperança e caridade, pois "o cristão continua frágil: ele duvida. Quando viram Jesus, prostram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram" – Mt 28,17.
Jesus repreende Pedro que começava a afundar quando caminhava  sobre as águas. Não é que Pedro não tivesse fé, mas sua fé era tímida; falta-lhe a audácia e coragem. 
Se o evangelista Mateus sublinha a dúvida dos cristãos é porque ele quer mostrar a humanidade da Igreja, com suas fragilidades, seus limites e sua finitude.
 Mas é a esses homens e mulheres de hoje – que Cristo confia  sua missão de humanizar o mundo, para que ele possa encontrar Deus. 
Santo Irineu dizia: Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. E Jean Debruynne: “O cristão está a caminho. Não é qualquer um que chega; é alguém a caminho. O cristão está no canteiro de obras; é um homem de ação, portanto, um homem de esperança. ‘Fazei discípulos meus todos os povos...’ Em primeiro lugar, somos discípulos do Filho do Homem. ‘Batizai...’, ou seja, façam nascer.
 Façam-nos nascer não somente para o mundo, mas também para o seu coração, e a verdadeira batida do seu coração é o próprio Jesus. Trata-se de amar como nunca amamos.
 Batizai nas grandes águas da caridade. ‘Ensinai...’ ou seja, abram a inteligência da sua fé. O cristão não vai ao encontro de Deus com os olhos fechados.

 Ele não pode se contentar com o que aprendeu no catecismo. Nós não vivemos somente com aquilo que sabemos, mas também com aquilo que nos tornamos.
 O cristão não guarda os mandamentos em seu bolso ou apenas em sua memória, ele deve vive-los...”.

“Eis que estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” – MT 28,20b. Há mais de 2000 anos, mulheres e homens, apesar das suas dúvidas, testemunham o Ressuscitado, humanizando o mundo e animando-o à maneira de Cristo”. 

(Cf.: Raymond Gravel, padre da Diocese de Joliette, Canadá e publicada no  sitio  Unisinos, Ano A,  01 de junho de 2014, tradução  de André Langer;  São Máximo de Turim – Séc. V; sermão 56, 1-3, CCL 23, 224-225)

PARÓQUIA SANTA EDWIGES EM BRÁS DE PINA - RJ
PÁROCO GIVANILDO LUIZ ANDRADE
IMAGENS DANIEL VERDIAL

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