terça-feira, 30 de setembro de 2014

ENCERRAMENTO DO MÊS DA BÍBLIA E XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Na Bíblia encontramos a Palavra de Deus expressa pela palavra dos homens, revelando o projeto de Deus, que transforma a história  e a leva em direção à liberdade e à vida plena para todos.
A partir do Concílio Vaticano II, a Bíblia retomou o seu lugar na Igreja, como fonte e alma da vida cristã. A cada dia o povo descobre o tesouro dos Livros Sagrados e, progressivamente, vai tomando  consciência da relação que existe entre Bíblia e Vida. 
Podemos dizer que o povo cristão  percebe cada vez mais a Bíblia dentro de sua vida e passa a encontrar sua vida dentro da Bíblia. A Palavra de Deus se torna, assim, verdadeira "lampada para os pés, e luz para o caminho" (Sl 119,105). 
É a soma de 73 livros inspirados por Deus. É o livro mais lido, vendido e traduzido em todo o mundo. É um livro que não envelhece. A cada dia ele se apresenta como novo, respondendo às perguntas e inquietações de hoje. 
Não basta possui-la, é necessário lê-la. Precisamos entendê-la, vivê-la e anunciá-la a todos. O evangelista Marcos em 13,31 diz:
"PASSARÃO CÉUS E TERRA, MAS MINHA PALAVRA NÃO PASSARÁ".

Homilia de Padre Givanildo Luiz Andrade
O CORAÇÃO DO PAI: TERNURA E COMPAIXÃO – SL 24, 4-9 - XXVI - DTC- A
Quem já não experimentou uma profunda dúvida, uma divisão interna? 
Quem já não trouxe ou traz em si uma vontade tremenda em seu coração lutando com  a consciência que faz lembrar  as palavras de São Paulo: “porque não faço o bem  que quero, mas o mal que não quero esse faço.” – Rm 7, 19. Pois é.
 Assim se desenrola a nossa vida e enquanto pessoas de fé, vamos encontrar em Cristo a condição de “produzirmos frutos para Deus.” Isto só é possível através do livre arbítrio que é o exercício da escolha e decisão. A decisão é tua. O preço da liberdade. 
Fora deste contexto de opção livre; o querer e o fazer, na dicotomia que revela as nossas dúvidas e divisões internas, pode surgir um perigoso modo de ser: o viver segundo a aparência. 
Conhecer o rigor da Lei, segui-la naquilo que lhe interessa, vivenciar a religião nos seus rituais e sacrifícios e até ação de graças, mas escamotear a caridade, o que necessariamente desemboca numa
 vida de “fachada”, de “sepulcros caiados”, farisaísmo, conduta de vida condenada por Jesus, que convida-nos a uma outra atitude:  “Que o teu sim, seja sim; que o teu não, seja não.”
Na segunda leitura de hoje, Paulo , dirige-se  à Comunidade de Filipos, na Grécia e expõe-lhe, no condicional, os elos que irão entrelaçando-se até chegar ao Bem maior da Comunidade: “se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão”,  então a harmonia e a unidade serão as constituintes da alegria, na medida  em que julgue que o outro é o mais importante. 
Assim, tenderá para o mesmo sentimento de Cristo Jesus, que sendo de condição divina, esvaziou-se  a si mesmo, tornando-se igual a nós, e exaltado pelo Pai, toda língua proclamará: "Jesus Cristo é o Senhor!" – Fl 2, 1-11.
Não estar no ser ancião e no ser sacerdote a precedência de entrar no Reino de Deus, o que necessariamente é preciso reconhecer é que, a sabedoria deste mundo passa.
 É a conversão que vem pela pregação “num caminho de justiça” – Mt 21,32 – que  faz com que os cobradores de impostos e as prostitutas entrarão primeiro no Reino de Deus. Não por serem cobradores de impostos e prostitutas, mas porque, creram. “Vai em paz e não peques mais”, diz-nos Jesus.

Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Pároco: Padre Givanildo Luiz Andrade
Imagens: Daniel Verdial

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

“PARA MIM, O VIVER É CRISTO... E O MORRER É LUCRO” - FL 1, 20C.24.27A - 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Sair de madrugada pressupõe ter uma grande necessidade ou um grande desejo, ou simultaneamente necessidade  e desejo. 
É de se entender que, na necessidade está implícito o desejo, porque no fato mesmo de uma necessidade, está inclusa a vontade por algo ou por alguém, em virtude da carência daquele (a) que necessita. 
Assim, alguém que tem fome, tem vontade de comer, desejo de saciar uma necessidade do seu corpo que é a fome. Necessidade e vontade (desejo) que vêm de um único coração.
Neste sentido, trazemos a reflexão sobre o Patrão e o Reino dos Céus – desenrolar de um acontecimento descrito por Jesus que narra a Parábola em que, o Patrão quer encontrar-se com os trabalhadores e levá-los a ter a sua diária que os conduzirá à salvação. 
O Patrão  saiu  de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. A vinha é o lugar do encontro aonde se desenrolará o trabalho que possibilitará o pagamento, não importando se alguns trabalhadores chegarão à primeira hora, se ao meio dia, ou já, no declinar da jornada.
 O elo que fará a ligação entre as horas trabalhadas em diferentes momentos, será a justiça do Patrão, diferenciada dos critérios  colocados em prática pela legislação quer do passado, quer do presente, pois  vamos encontrar neste Patrão que fala Jesus, uma bondade tal, que “ninguém poderá medir sua grandeza.” – Sl 144,1.
 Misericórdia e piedade é o Senhor. Esta misericórdia e piedade impele a sair de madrugada ao encontro  da nossa carência e que, diferentemente da hora do dia, quer estar conosco na sua vinha. 
Não importa se sejamos crianças – de madrugada -,jovens – às nove horas da manhã -, ou adultos – ao meio dia -, ou envelhecidos – ao cair da tarde. Todos receberão o mesmo salário: a salvação.
O Senhor toca em cada um de nós. Muda a nossa estrutura física e psíquica.
 Não dá como não mover-se em direção  a tão especial maneira de ser, querer ver, alongar o olhar, desejar entrar em tão intrigante e interessante  maneira de ser e proceder. É diferente de nós: É generoso no perdão. Seus pensamentos não são como os nossos pensamentos, seus caminhos não são como os nossos caminhos.” – Is 55, 7-9. “É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz” – Sl 144(145),3.
E assim, de passo em passo, vamos  entrando no ser de Deus até que ele seja glorificado em nós: “para mim, o viver é Cristo e morrer é lucro.” – Fl 1, 20c.24.27a.
Quero expressar aqui a minha prece e a minha gratidão à catequista Mould Lup Viana, que aos 79 anos foi ao encontro do Reino dos Céus, chamada pelo Bom Pastor que confiou-lhe por tantos anos, a missão de catequista e que, ela assumiu com tanto zelo e amor pelas crianças na Comunidade de Santa Edwiges em Brás de Pina. Tenho certeza que o Senhor saiu de madrugada para encontrá-la bem cedo, no raiar dos primeiros  raios de luz e fê-la entrar no Reino que o Senhor preparou para ela: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos.” Obrigado Mould. Obrigado por tê-la conhecido. Obrigado por sua amizade. Muitíssimo agradecido.

Padre Givanildo Luiz Andrade
Paróquia Santa Edwiges - Brás de Pina
Imagens: Daniel Verdial

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terça-feira, 23 de setembro de 2014

2º CERCO DE JERICÓ 2014


Com Adoração ao Santíssimo Sacramento, Missas diárias, vários celebrantes e a participação da comunidade paroquial.
1º dia- Padre. Givanildo Luiz de Andrade – Pároco da Paróquia Santa Edwiges
2º dia - Padre Júlio Cesar da Silva Santos Paróquia Nossa Senhora do Rosário Fátima e Santo Antonio Pádua
3º dia - Padre Nivaldo Alves dos Anjos Júnior - Paróquia São Brás
4º dia - Padre Jorge Luiz Vieira da Silva - Paróquia São Judas Tadeu
5º dia - Padre Walney de Moura Antunes – Paróquia Nossa Senhora da  Lapa
6º dia - Padre Kleper Magalhães da Silva Porto Freitas – Paróquia Santa Bárbara e  Santa Cecília
7º dia - Padre Fábio Macereau dos Santos – Paróquia Nossa Senhora da Assunção

O CERCO DE JERICÓ É UMA CAMPANHA DE SETE DIAS E SETE NOITES DE ORAÇÃO DIANTE DE JESUS PRESENTE NO SANTÍSSIMO SACRAMENTO. 

O Cerco de Jericó, narrado no capítulo 6 do Livro de Josué, mais do que história da tomada de uma cidade, mostra claramente para nós a ação de Deus em favor do Seu povo, que cumpre fielmente as suas ordens.
O povo de Deus, comandado por Josué, durante seis dias, deu uma volta em torno das muralhas da cidade de Jericó. No sétimo dia, conforme Deus havia ordenado, deram sete voltas e na sétima volta soltaram um grande brado… e as muralhas caíram!

Nenhum estrategista apostaria uma ficha sequer num plano desses! Mas, o povo de Deus, acreditando na promessa de D’Aquele que já o havia retirado da escravidão do Egito, pôs em prática os planos do Senhor, e o resultado não poderia ser outro: a vitória!
Além do fato bíblico, o Cerco de Jericó também tem seu lugar na história moderna, não mais somente do povou hebreu, mas de toda humanidade resgatada pela Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Papa João Paulo II, no ano de 1979, se preparava para visitar a Polônia, sua terra natal. 

Nossa Senhora em aparição deu uma ordem para que se organizasse um Congresso do Rosário, sete dias e sete noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto, dando-se o nome de Cerco de Jericó a esta iniciativa.
Muitas muralhas se levantavam contra a peregrinação do Papa. As autoridades não queriam sua visita. Mas, no dia 7 de maio, último dia do Cerco de Jericó, as muralhas caíram e foi autorizada a ida do Papa à Polônia.

Desde então, o Cerco de Jericó, tal como o conhecemos hoje, se espalhou pelo mundo inteiro.
O Cerco de Jericó é uma campanha de sete dias e sete noites de oração diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento. 
Lembrando que: Obedecendo a voz de Deus, Josué, sucessor de Moisés e líder do povo, convidou os Israelitas a orarem durante sete dias e sete noites rodeando as muralhas de Jericó, tendo a frente a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus que caminha com seu povo.

Josué e os Israelitas acreditaram na promessa divina de que no sétimo dia durante a sétima volta as muralhas cairiam e eles alcançariam a vitória, coisa que de fato aconteceu porque o Senhor é fiel e cumpre suas promessas!
Nos nossos dias colocamo-nos diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento e confiantes no poder da oração, pedimos que Ele derrube as muralhas que nos impedem de tomarmos posse de uma vida mais santa e feliz.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA - RJ
PÁROCO: PE GIVANILDO LUIZ ANDRADE
IMAGENS: DANIEL VERDIAL E COMUNIDADE PAROQUIAL

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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A CRUZ... É UM LUGAR - JO 3, 13-17

"II CERCO DE JERICÓ" E ENTREGAMOS A ARQUIDIOCESE DO RJ, UM CAMINHÃO COM MAIS DE 4 TONELADAS DE ALIMENTOS PARA A "CAMPANHA EM FAVOR DO HAITI". E INSPIRADOS PELO ANO DA CARIDADE ESTAMOS NOS DIRIGINDO PARA CONSTRUÇÃO DA CASA DE SANTA EDWIGES. UMA CASA PARA RECEBER CRIANÇAS EM TRATAMENTO DE CÂNCER.

“A Cruz... É um Lugar” por Pe Givanildo Luiz"
Parece uma contradição, pois a cruz, em princípio, é um instrumento de castigo, de punição e de humilhação pública para os apenados do Império Romano. 
A Cruz é um lugar. Lugar onde acontece a dilaceração do corpo e consequentemente, a morte. A sentença final.
No entanto, naquele lugar pequeno e estreito, para caber alguém é necessário estender os braços na forma horizontal e os pés na vertical. Tão estreito que é preciso colocar os pés um sobre o outro para que sejam pregados.
 Lugar que pode se situar sobre os montes ou nos vales, nas planícies ou nos corações. O que torna este lugar, a cruz, tão peculiar, tão extraordinário é a passagem e a permanência de Jesus Cristo por ela. 
Continua a ser assim: um lugar de súplica, de fome, de sede, de injustiça, de abandono e dor. Todavia, não é mais o mesmo depois que Cristo galgou a sua altura. “Do mesmo modo que como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado” – Jo 3,14.
 A vida humana não é só visibilidade e contingenciado pelo tempo deste mundo. Há, também na sua essência, naquilo que o caracteriza como pessoa, o mistério de Deus atuando, que desce à terra através de Jesus Cristo: “Desceu do céu, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna” – Jo 3, 15.
Importa dizer, que, a cruz se torna passagem de uma situação de dor e morte para a vida eterna: “Para aonde eu vou há muitas moradas” – disse Jesus. 
É preciso ir ao seu encontro, como naquela manhã ainda escura ,mas já iluminada pelos primeiros raios de luz do novo dia, que houve o encontro de Jesus e a mulher que o buscava: “Buscai Jesus de Nazaré que foi crucificado.
 Ele ressuscitou, não está aqui”. Não buscá-Lo no túmulo. É possível que o encontremos nos pobres e famintos, nos injustiçados. O Cristo Senhor ainda pode ser encontrado na cruz, no Gólgota do mundo atual. 
O Papa  Francisco, por ocasião da sua visita a um cemitério na Itália para celebrar pelos que tombaram na Primeira Guerra Mundial que completa  100 anos, disse que “o mundo atual vive  a 3ª Guerra Mundial em diferentes aspectos.” O Cristo ressuscitado vive pregado na cruz  dos que têm fome, das vítimas da violência, dos injustiçados em todos os níveis da vida. 
“São o crucifixo vivo que precisamos contemplá-lo e tirá-los da cruz com o nosso amor, aliás, o amor de Deus, pois “ Deus amou tanto o mundo, que nos deu o seu filho, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” – Jo 3, 16. 
É neste amor solidário que acontece o Encontro aos pés da cruz. Assim,  se busca aliviar-lhes a fome, a indiferença e a dor dos que sofrem, que vamos, também tirando Jesus da cruz e dizer-lhe mais uma vez, “fica conosco Senhor, pois anoitece.
Evangelho (Mt 18,21-35): Pedro dirigiu-se a Jesus perguntando: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. O Reino dos Céus é, portanto, como um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna inimaginável. Como o servo não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. 
O servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma quantia irrisória. 
Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. O companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei’. Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que estava devendo. 
Quando viram o que havia acontecido, os outros servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. 
Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? O senhor se irritou e mandou entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão".

CAMPANHA EM FAVOR DO HAITI
A Comunidade de Santa Edwiges em Brás de Pina, entregou ontem à Arquidiocese do Rio de Janeiro, como fruto de nossa solidariedade com os irmãos do Haiti, aproximadamente 5000 mil quilos de feijão, arroz, fubá e leite em pó.
 É um gesto concreto neste Ano da Caridade. Esperamos em breve, iniciarmos um Projeto de promoção humana que dará fruto permanente em nossa  Comunidade: a construção da Casa de Santa Edwiges. Uma casa para receber crianças em tratamento de câncer.  Sobretudo para as crianças que residem fora da cidade do Rio de Janeiro. Oremos por esta causa. Sou grato a esta Comunidade tão bonita e generosa. A paz.

Padre Givanildo Luiz Andrade 
Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Imagens Daniel Verdial

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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

RECONCILIAÇÃO E PAZ - 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – MT 18,15-20


Neste salmo é ressaltada a experiência de um povo que precisou  se colocar a caminho. A vida é árdua e suave, doce e amarga. 
Viver pressupõe a todo o momento está em comunicação com si mesmo, com os outros e com o mundo. 
Daí, podermos hoje, “voltar” à experiência do deserto, onde os nossos pais na fé, vivenciaram todo o vigor e a extraordinária força de Deus e a mais profunda experiência de estar no mundo, ou melhor, no deserto. 
Alegrar-se! “Vinde, exultemos de alegria no Senhor. Vamos  ao seu encontro e com alegria o celebremos!” – é o convite do Senhor para nos encontrarmos com ele.
Todo encontro pressupõe o esvaziar-se de si. Por isso, “não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora, vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras.”
Há, aqui, dois momentos importantes: o momento dos pais e o momento dos filhos. O momento dos pais foi tremendo.
Força e poder de Deus. Saída do Egito, travessia do Mar vermelho a pé enxuto, Aliança do Sinai; caminhada longa. Quarenta anos!
Graça e tentação, penúria e abundância, sentimento de presença e ausência de Deus, queda e reerguimento.
Um caminhar contínuo, passando pela experiência dos Patriarcas, profetas, Nova terra, Promessa. Caminhar é preciso, não dá para retroceder.
Nesta caminhada a vida de Deus vai se entrelaçando com a vida do povo e cada pessoa, vai tendo a sua própria experiência com Ele. Como não errar? Como acertar? Como não desejar e ser desejado?
O homem também é o mundo! Está inserido no mundo e ao mesmo tempo transcende o mundo, busca o infinito. O Infinito está no homem, neste “vaso de barro”, cujo “Oleiro” molda-o constantemente através da liberdade, da vontade, do livre arbítrio.
Este “vaso de barro” é chamado a assumir-se não como peça que emoldura o mundo, mas, a transformá-lo, a ser também agente da Criação.
Por isso, ele e todos é chamado, são chamados a “ligar e desligar” na Terra e no Céu, a estarem de acordo aqui sobre qualquer coisa que quiserem, pois o Senhor estará, assim, no meio deles – 
Mt 18, 19-20.
São fundamentais as palavras de Jesus:  “estiverem de acordo”. Nestas palavras, estão inclusas, a reconciliação, o retomar a amizade rompida ou estremecida, na verdade; a correção e a aceitação de que é preciso estar na luz, não perder o sabor do sal e não deixar que as trevas invadam a luz: “Vós sois sal da Terra e luz do Mundo” – é no amor mútuo que fala São Paulo – Rm 13, 8-10 – que nos tornamos unicamente devedores uns dos outros. 
Amar  é o caminho a ser percorrido até o coração de Deus. Não desistir jamais. Esta é a condição para a Reconciliação e a Paz.

Paróquia Santa Edwiges
Brás de Pina
Pároco Pe Givanido Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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