quinta-feira, 28 de agosto de 2014

JESUS... O FILHO DE DEUS – 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM: MT 16, 13-20


A pessoa de Jesus, ao longo do tempo, tem despertado bastante interesse. Não foi uma exclusividade do seu tempo.
As suas palavras, as suas ações, os seus milagres, o seu modo de proceder e o seu jeito de ser, a sua oração, a luz que irradiava, não permitiam que os homens ficassem indiferentes a ele.
Muitos e muitas, por não terem tido a convivência com ele, mas a ressonância da sua vida, faziam confusão de pessoas: É João; é Elias; é Jeremias ou algum dos profetas. Faltavam-lhes a presença de Jesus. 
Ressoava tudo que lhe dizia respeito; faltava, contudo, a proximidade do coração, a experiência do sentar-se à mesa com ele, do convite à oração, de ouvir dele as palavras de incentivo: “coragem, não tenham medo, sou eu”. Para se chegar à intimidade e à certeza de Pedro, faltou àqueles  “homens” a intimidade do convívio, a reciprocidade do sentimento de pertencer a um 
Outro; faltou-lhes a proximidade dos discípulos ou a ousadia daqueles que ao “ouvirem que o Senhor iria passar”, gritaram por seu nome, ou fazer como a mulher doente, que cheia de fé, desejou e tocou “a orla do seu manto” provocando N’ele a saída de uma força capaz de curá-la e consequentemente a pergunta: “Quem me tocou?” Conviver e tocar, conhecer. Sentir o Outro. 
Arriscar-se em ir em direção ao outro para sentir-lhe a vida, a pobreza, a indigência, a miséria, a esperança, o recomeço. Foi assim com Jesus e seus discípulos e, nós.

Reconhecer Jesus como o Messias, o Filho de Deus vivo – Mt 16,17 – é ter um conhecimento além da visibilidade dos olhos. É olhar com o coração. É sentir e provar que “Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres – Sl 137(138). 
É deixar-se cair no mais profundo mergulho da fé, na “profundidade da riqueza e da sabedoria e da ciência de Deus” – Rm 11,13. E emergir, subir à realidade da vida e reconhecer que “na verdade, tudo é Dele, por Ele e para Ele” – v.36.

“Tudo é dele”. Por isso, ele dá e dará as chaves do Reino dos Céus a Pedro. Faz de Pedro pontífice. 
Faz de Pedro aquele que é capaz de ligar e desligar; construtor de pontes, para que, mesmo em meio às fragilidades, outros como ele, possam ir ao encontro do Coração de Jesus, alicerçando a esperança, não em nós mesmos, mas nós em Cristo, solidários com todos os outros homens e mulheres, jovens e crianças.

A nossa Paróquia de Santa Edwiges, em Brás de Pina, no Rio de Janeiro, está participando da Campanha em favor do Haiti. 
Convidamos a todos para também   participar deste gesto amoroso para com Deus na pessoa daqueles que passam fome. Doe. Doe feijão, arroz, fubá e leite. Entregue na nossa Igreja: Rua Gurupema, 36 – Brás de Pina – Rio de Janeiro. O nosso telefone para contato: 021- 2260-4310.

A Bênção de Deus para ti e tua casa:  “Deus te abençoe e te guarde. Ele lhe mostre a sua face e se compadeça de ti. Volte para ti o seu olhar e te dê a paz. Abençoe-te Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. Padre Givanildo Luiz Andrade

Paróquia Santa Edwiges
Brás de Pina
Pároco Pe Givanido Luiz Andrade 
Imagens Daniel Verdial 

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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

ASSUNTA AO CÉU – 20º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A arca da Aliança, em cujo interior guardava-se as Tábuas da Lei  de Deus, se perdeu ao longo da História. O desterro, o exílio, o prolongamento do Êxodo, causaram ao Povo eleito perdas e ganhos no seu caminhar na história. 
Caminhada árdua e muitas coisas foram sendo deixadas  pelo caminho e outras sendo adquiridas. Resta, contudo, a Lei  que foi transcrita  das pedras  para o coração. 
Isto ninguém poderá tirar-lhe, pois o próprio Senhor lhe assegurou: “Dar-lhes-ei um só coração, porei no seu íntimo um espírito novo: removerei do seu corpo o coração de pedra, dar-lhes-ei um coração de carne, a fim de que andem de acordo com os meus estatutos e guardem as minhas normas e as cumpram” - Ez 11,19s. 
É uma experiência de vida que caminha entre avanços e retrocessos, até que  chega o Tempo da realização das promessas anunciadas pelos profetas e realizadas por Jesus Cristo. 
Eis que Ele vem. Em sua antecipação, entre sinais e prodígios, temos a visão de uma mulher: “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa com doze estrelas” – Ap 11, 19ª, ‘antecipando aquilo que será a futura realização de todos nós, na pessoa de uma mãe que carrega em seu seio o Verbo Eterno feito Homem’, fazendo ressoar a “voz forte no Céu proclamando a realização da salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo” – Ap 11, 10.
A celebração da solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu é essencialmente uma celebração da vida humana entrelaçando-se com o divino. 
O evangelho de hoje, Lc 1, 39-56, traz-nos a experiência familiar bem comum à nossa realidade: o encontro de duas mulheres que se conhecem e se ajudam nas tarefas da casa.
 Maria, a jovem que será mãe em  breve , corre ao encontro de Isabel, que em sua gravidez tardia, receberá de Maria toda a atenção, o que  demonstra que o humano é profundamente divino. 
Tão divino que Isabel ao ouvir a saudação de Maria, a criança pulou de alegria no seu ventre e Isabel “ficou cheia do Espírito Santo”. Presença e solidariedade de Maria. Graça e benevolência de Deus realizando maravilhas.

Prezados irmãos, se, se tira aquilo que nos constitui como pessoa, ou seja, a nossa natureza humana constituída da razão e que nos dá a capacidade para a liberdade; se, se tirar isto de nós, o quê nos restará?  
A pura e simples animalidade! Seríamos puramente animais. Buscaríamos apenas, pelo instinto, a sobrevivência e continuação  da espécie. No entanto, apesar desta extraordinária capacidade de sermos o que somos, há um grande abismo entre nós: a intolerância, a não aceitação, a indiferença, o egoísmo, a exclusão que geram injustiça e violência e consequentemente, a morte. 

Se por um lado há sinais de anúncio e salvação entre nós, por outro, há sinais de guerras, doenças, fome, morte que chegam até nós com matizes  ideológicas políticas e religiosas ou por etnias. 
Assim, vemos agressões mútuas entre palestinos e israelenses, Iraque, Síria; fome e desespero em muitos lugares, desde o Haiti, África e em países em  via de desenvolvimento ou desenvolvidos.

O quê nos falta?  Nesta solenidade da Assunção de Maria, podemos aprender dela e com ela: sua escolha pelo Senhor, a sua alegria em ter o Senhor olhado para a sua humildade e realizado nela maravilhas. O nome santo do Senhor moveu-a  ao encontro de todos nós  com sua misericórdia.
Oremos pelos que sofrem.
Oremos pelos que consagrados por causa do Reino do Céu.

Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

“SOU EU” - 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM - MT 14,22-33


 Neste sentido, trazemos à tona a experiência fundamental da fé que transcorre o coração do crente ao longo do seu caminhar na história em direção ao “Dia do Senhor e Senhor dos dias”. 
É no transcorrer do dia-a-dia que nos deparamos com os desafios inerentes à vivência de pertencer a um Outro; na relação que pressupõe a reciprocidade, implicando viver a realidade da fidelidade. Ser fiel. 
A fidelidade é o grande desafio ao coração humano. É a fidelidade ao Senhor que faz o profeta Elias sofrer. Vivendo em meio à idolatria do seu tempo, Elias é chamado a servir ao deus Baal, mas prefere a instabilidade e o perigo enfrentando os inimigos do verdadeiro Deus e vai encontrá-Lo no cimo do monte Horeb, onde o Senhor “passará”. Foi uma noite longa. A suavidade da presença do Senhor iluminou o seu dia.
Também Jesus passou pela noite. Para superar o cansaço e a fome de multidões, compadecido de suas fragilidades, fortaleceu-as com a Bênção e o alimento multiplicado e partido e distribuído em cestos. Também, Ele sobe à montanha para rezar e estar com o Pai. 
O amor busca estar junto. Na turbulência das águas da vida, o mar bravio é chamado a aquietar-se, para que o Senhor tire-nos  o medo, segure-nos pela mão, como fez com Pedro. E assim, os amigos do Senhor vão percorrendo os séculos ao encontro do grande “Dia do Senhor e Senhor dos dias” – S. João Paulo II.
Neste domingo celebramos o dia dos pais. Lembro-me da vida de uma família residente em uma comunidade no Rio de Janeiro. Depois de anos de vivência familiar e quatro filhos já crescidos, o pai foi chamado a continuar a exercer a sua paternidade, agora em relação à sua esposa. 
Passados os tempos da juventude, acamada e doente, agora ele, o pai da casa, também tornou-se “o pai de sua esposa”, cuidando de suas necessidades, banhando o seu corpo frágil, alimentando-a no dia-a-dia dos seus últimos meses de vida. Viveu a fidelidade que um dia tinha abraçado com ela no vigor da juventude. 
Pai, pai é aquele que tem os olhos do Filho voltados para ele, para juntos saciar milhares de famintos. Pai é aquele esposo que na impossibilidade física de sua esposa, também ele esposo, se faz pai para ela. Pai é aquele homem que, aos 75 anos de vida, depois de perder seu filho e nora num acidente de automóvel, é chamado pelas circunstâncias da vida, a revigorar suas forças para cuidar dos dois netos deixados órfãos. 
Pai é também aquela mulher que é mãe e pai ao mesmo tempo. Há, várias assim. Ontem, conheci uma, agora, vó. Seu marido faleceu e deixou-lhes três filhos pequenos que ela teve o cuidado de terminar de criá-los e educá-los. Pai é todo aquele ou aquela que cuida. O verdadeiro pai gera o amor no seu coração, gerando  paz.
Um forte abraço, pe Givanildo
Pe. Givanildo,
Hoje louvamos  e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida, de quem a Providência Divina se serviu,  a fim de nos permitir estar aqui para agradecer seus 23 anos de ordenação sacerdotal.

Na vida há acontecimentos e datas que não podemos esquecer, e no que diz respeito à sua vocação, muito mais se torna importante fazer memória, principalmente como atitude de ação de graças pelo dom recebido. 
A nossa paróquia é abençoada pela sua presença e pelo seu trabalho, e hoje nós compreendemos um pouco a vocação para o sacerdócio como sendo um dom divinal, um dom para o qual é preciso abrir mão de muitas coisas essenciais na vida, como: a família, o conforto, os amigos, a liberdade.
Ser sacerdote é ser grato...estar disposto...é ser forte...destemido...mesmo que o coração esteja partido pela dor e muitas vezes não ser compreendido. Um verdadeiro despojar-se de si mesmo, para que no fim, se obtenha o tudo ofertado pelas mãos de Deus.
Tudo isso, porque...
O coração do padre é um vaso de compaixão, é um cálice de amor, é o ponto de encontro do amor humano  e divino.
O padre é um homem cuja meta é ser outro Cristo, é um homem que vive para servir, que se crucificou, para que assim, elevado, ele atraia  tudo para Cristo.

Podemos afirmar que comemorar o aniversário de sua ordenação, é comemorar a vida, pois o sacerdote não é apenas o homem da liturgia, mas, aquele que faz da sua vida um culto litúrgico, identificando-se com a realidade da cruz, que é doação, amor e entrega aos irmãos e à Igreja, fazendo da sua vida um sacramento intenso e fecundo. 
A ordenação sacerdotal é um momento marcante e significativo para a Igreja, pois reafirma  a aliança de Deus com a humanidade. Não estamos sós. 

Cristo caminha conosco pela intercessão das mãos consagradas do padre, que em cada celebração eucarística, O coloca vivo entre nós; pleno de misericórdia, perdão e amor. 
Por tudo isto padre, agradecemos pelo seu contínuo esforço, zelo e dedicação.
Parabéns ao senhor neste dia tão grandioso. Que Deus o abençoe sempre,  e que Maria, Mãe da Igreja, plena do Espírito Santo, lhe impulsione cada vez mais a assumir esse lindo ministério!
Receba nosso carinho e abraço fraterno!!! 
Paroquianos da Paróquia Santa Edwiges
10/08/2014


Imagens Daniel Verdial

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

“DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER” - 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM – MT 14,13-21

ESSA DATA FOI ESCOLHIDA PORQUE NO MESMO DIA É LEMBRADO O PADROEIRO DOS PADRES, SÃO JOÃO MARIA VIANNEY.

O MÊS DE AGOSTO TAMBÉM É O MÊS DAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS.
A vocação sacerdotal é um chamado de Deus para a vida no sacerdócio, cujo carisma especial é a dedicação ao ministério do culto divino e da salvação das almas.
Rezemos pelo(s) padre(s) pedindo ainda ao Deus das Vocações que envie operários para sua messe e que os operários ouçam e atendam ao chamado do Senhor.
Homilia de Padre Givanildo Luiz Andrade
No 18º Domingo do Tempo Comum
Há, uma profunda sede no ser humano! Há, uma profunda fome! Onde beber? Onde comer?
No mundo de hoje e de ontem, parece que tudo tem um preço. A maior parte de tudo que nos toca e nos diz respeito, está precificado.  

É preciso pagar! No entanto, a liturgia da Palavra deste 18º Domingo do Tempo Comum, nos faz um convite, a nós, famintos e sedentos: “Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde e comprai sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga” – Is 55,1. 
Dentro deste contexto de necessidade e gratuidade: sede e fome; beber e comer sem pagar, entra, evidentemente, a relação de amizade entre quem necessita e Quem pode dar. Não se trata apenas de abrir a boca e receber o alimento e a bebida. 

É preciso um itinerário de aprendizagem, de capacitação, vislumbrado no salmo de meditação: “Vós abris a vossa mão e saciais os vossos filhos”- Sl 144(145). 
Na atitude do Senhor em “abrir a mão” está inclusa a paciência, a piedade, a compaixão, o que  significa, “dar tempo ao tempo”, para que o homem aprenda. 
Aprenda a lançar a semente à irmã terra, regar o broto, preparar o moinho; aprenda a cuidar e preservar a Natureza como um bem de todos, das pessoas de ontem, das de hoje e das futuras 
 gerações, para que tenham leite e mel, pois “sua ternura abraça toda a criatura, pois todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam e saciais todo o ser vivo com fartura” – Sl 144 (145), 1-2.
Justiça e santidade de Deus. Eis a causa desta fonte de água que desaltera  e deste alimento que sacia. Assim, não só aquele que o invoca é agraciado pela sua justiça, mas  também a Natureza em si, pois “é santo em toda obra que Ele faz”. No aprender da pessoa e apropria natureza em si, está a poeira da estrada: 
“Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? São percalços no caminho da vida. 
Só podem defrontar-se com eles quem está “na estrada”. Nesta estrada, a força da fé, o vigor do Espírito, traz a certeza do Apóstolo: “nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os poderes celestiais, nem o presente nem o futuro, nem as forças cósmicas, nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer, será capaz de nos separar do amor de Deus  por nós” – por quê? 
– porque “misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, paciência e compaixão.  É justo em seus caminhos, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor” – Rm 8,35.37-39; Sl 144(145).

A força deste amor tão grande rompe todos os obstáculos e infortúnios.
 Jesus, ao erguer os olhos para o Céu e pronunciar a bênção, multiplica os cinco pães e dois peixes fazendo com que os discípulos os distribuam aos milhares de famintos, mostrando-nos que a solidariedade, a partir do pouco que temos, poderá e pode fazer com que muitos possam ir “às aguas e apressar-se em comer” – Mt 13, 14-21; Is 55,1-3. O amor é solidário. O amor é solidariedade.
A Paz de Jesus!

Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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