terça-feira, 27 de maio de 2014

"NUNCA SOZINHOS, O ESPÍRITO FOI DERRAMADO EM NOSSOS CORAÇÕES" – VI DOMINGO DA PÁSCOA.


Responder a esta milenar e atual pergunta, pressupõe a atitude de se colocar de pé, pronto (a) para o itinerário da fé, pois “a fé é um caminho que não está previamente traçado; é um caminho a ser feito e a inventar incessantemente”.
 Só caminhando encontramos o Cristo, pois há de chegar o momento onde se cruzarão o nosso caminho com o de Cristo, aonde ouviremos o Senhor a nos apontar um novo itinerário: “Eu sou o Caminho, a Verdade e  a Vida”- Jo 14,6.
Portanto, o caminho do homem marcado pela transitoriedade do tempo, se deparará com o Caminho da eternidade que é o Cristo, o Senhor, pois ele é a Porta por onde os peregrinos de ontem e de hoje e de amanhã, poderão passar e ter em si a posse da Verdade que buscam e a Vida que tanto anseiam.
Para não ficarmos ao longo da estrada, pressupõe a vivência da fé, que nos enche de confiança e assim, nos possibilita testemunhar o que ouvimos de Jesus, a sua Palavra  e a realizar também as suas obras e pelas quais somos chamados a torná-Lo presente no mundo de hoje.
Palavras e obras do Senhor, agora colocadas em prática pelos cristãos tornarão presente no mundo de hoje, o Senhor. Palavras e obras de Cristo, por nós, realizadas, se tornam Caminho, Verdade e Vida. 
Mas, antes que transbordem para o mundo que ainda “não o vê  nem o reconhece”, é necessário que o nosso coração esteja pleno desta vida de Jesus ressuscitado e agora sim, transborde para o coração do mundo, “dando razões de nossa esperança a todos aquele(a)s que nos pedirem” – 1Pd 3,15.
Só o amor nos tira da solidão. Só o amor nos torna companheiro(a). Só o amor nos torna Igreja, Comunidade, Povo de Deus, Nação santa, Raça escolhida, Povo sacerdotal, Família. Por isso, a exigência e a insistência de Jesus: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” – Jo 14,15.
O que implica dizer, que o amor é testemunho e testemunha da visibilidade de Cristo no mundo, na Igreja, no coração do homem e até mesmo na Natureza. O amor tem a face visível, que é o rosto de cada homem e a face misteriosa de Deus vislumbrada em Jesus Cristo: “Quem me vê, vê o Pai”.
Podemos dizer que o amor é transbordante. Transborda do coração de Jesus para o coração do homem que por sua vez, transborda para o coração do mundo fazendo-o conhecer Jesus, transborda para a Natureza colocando ordem no caos.
O amor torna-se caminho superior a todos os outros - 1Cor 13, pois o amor é paciente, prestativo, humilde, dom de si, perdão, justiça, confiança, esperança e tudo suporta.
O amor é vida e dá a vida!
A solidão não é fácil! Por isso, após a Paixão, e durante os dias do Senhor na Mansão dos mortos, o vazio, a ausência de Sua presença, trouxe uma completa dispersão dos amigos de Jesus. 
“A ausência daquele  que eles amaram e seguiram” foi motivo de tristeza e um profundo vazio naqueles corações e temerosos do Amanhã. 
Foi a ação do Espírito que trouxe à luz de suas consciências a compreensão que também eles são parte do mistério de Deus: “Naqueles dias sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim. E eu em vós” – Jo 14,20. Voltando mais uma vez ao amor: O amor é o ligamento, “o cimento”, a liga entre Jesus e nós e o Pai. É nesta pertença, fidelidade recíproca que nos torna Todos em Um.
ORAÇÃO
Vento de Deus 
“Tu que sopras ondes queres, vento de Deus dando vida, sopra-me, sopro fecundo! Sopra-me vida em teu sopro! Faze-me todo janelas, olhos abertos e abraço. Leva-me em boa Notícia sobre os telhados do medo. Passa-me em torno das flores, beijo de graça e ternura.  Joga-me contra a injustiça em função da verdade. Deita-me em cima dos mortos, boca profeta a chama-los”.   D. Pedro Casaldáliga

(Homilia baseada na reflexão de Raymond Gravel – Instituto Unisinos)

Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina – RJ
Pároco Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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