domingo, 27 de abril de 2014

“A FÉ NÃO SE VIVE A SÓS” – 2º Domingo da Páscoa


 O que implica dizer que, a fé não se vive a sós. Para encontrar a Cristo, precisamos encontrar o outro, os outros que nos falam da presença do Cristo.
É no outro, nos outros, que podemos reconhecê-Lo.
O evangelho segundo Jo, 20,24, afirma que quando estavam reunidos na primeira vez, na noite da Páscoa, Tomé não estava com eles, quando Jesus veio.
 Neste sentido, Tomé nos representa, pois também nós não estávamos na hora do primeiro encontro.

 Só no segundo, “uma semana depois, os discípulos estavam reunidos de novo” e dessa vez, Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou.
 Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja convosco” – Jo 20,26. Mesmo que a Comunidade estivesse fechada sobre ela própria, por medo, Cristo se faz presente na reunião.
 E aí, Tomé iria fazer a sua experiência. Não dá para separar o Ressuscitado do Crucificado: Ele é a mesma pessoa. O que significa que não é possível ver a Páscoa sem antes passar pela Sexta-feira Santa.


 Na realidade da vida dos discípulos, havia perseguições sangrentas aos cristãos, a rejeição, a humilhação, a exclusão, o ódio, as divisões entre outros males que permeavam a vida dos amigos de Jesus.
 É, então através dos discípulos perseguidos, rejeitados, humilhados, condenados e excluídos, que Tomé vai encontrar e reconhecer o Crucificado e Ressuscitado.
 Através deles e delas, Tomé percebe que as marcas da Paixão e da Cruz não se apagaram pela luz da Páscoa.
Também hoje, em nosso contexto histórico, não há talvez as mesmas perseguições aos cristãos, mas a doença, o sofrimento, as 
provas, a exclusão, a rejeição e a morte fazem sempre parte da nossa realidade humana com seus limites, suas fragilidades  e suas pobrezas.
 É a fé que vem preenchendo estas situações de esperança! Ela faz da cruz um sinal de ressurreição, uma passagem de libertação: da morte surgiu a vida, assim, os discípulos e 
nós, foram e somos recriados, como no primeiro dia da criação, por Cristo, pelo seu sopro, pelo seu Espírito: “Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles dizendo: 


  “Recebam o Espírito Santo” – Jo 20,22. Assim, o Cristo preparou os cristãos para o trabalho do ministério que constrói o Corpo de Cristo, unidos na mesma fé e no 

conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo ( Ef 4, 11s). 

“É a Comunidade dos começos que vive, dele e por ele, uma vida nova, e que cresceu como a árvore da semente de mostarda, por mais pobre que seja, da Ressurreição do Senhor” – F. Tricard.

 Dá-nos Senhor aquela paz inquieta que denuncia a paz dos cemitérios e a paz dos lucros fortes. Dá-nos a paz que luta pela paz! A paz que nos sacode com a urgência do Reino.

 A PAZ QUE NOS INVADE, COM O VENTO DO ESPÍRITO, A ROTINA DO MEDO, O SOSSEGO DAS PRAIAS E A ORAÇÃO DO REFÚGIO.

 A PAZ DAS ARMAS ROTAS NA DERROTA DAS ARMAS. A PAZ DA FOME DE JUSTIÇA. A PAZ DA LIBERDADE CONQUISTADA, A PAZ QUE SE FAZ NOSSA SEM CERCAS NEM FRONTEIRAS. 

  Que tanto é  “Shalom” como “Salom”, perdão, retorno, abraço... Dá-nos a tua paz, essa paz marginal que soletra em Belém e agoniza na cruz e triunfa na Páscoa.
  Dá-nos Senhor, aquela paz inquieta, que não nos deixa em paz!       -- Pedro Casaldáliga--
(Cf.:  A reflexão de Raymond Gravel, padre da arquidiocese de Quebec, em 2º domingo da Páscoa, Unisinos).

PARÓQUIA SANTA EDWIGES- BRÁS DE PINA - RJ
Pároco Givanildo Luiz Andrade
Imagens: Daniel Verdial


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quinta-feira, 24 de abril de 2014

DIA DE SÃO JORGE!!


São Jorge era um soldado do imperador romano Diocleciano, e perseguia os cristãos. Entretanto, ele renunciou a tudo, pois não queria estar a serviço de um imperador que perseguia e oprimia os cristãos.

 São Jorge renunciou à própria vida por seu amor à Jesus Cristo, e por esse motivo foi martirizado.
HISTÓRIA
De acordo com as dados, Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia. 
Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. 

Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da província da Capadócia.
 Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.
Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador Diocleciano.
Em 302, Diocleciano (influenciado por Galério) publicou um édito que mandava prender todo soldado romano cristão e que todos os outros deveriam oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Jorge foi ao encontro do imperador para objetar, e perante todos declarou-se cristão. 

Não querendo perder um de seus melhores tribunos, o imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. 
E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os deuses romanos. 
Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.
Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. 
Na Armênia, no Império Bizantino, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.
Reconhecido como padroeiro de Portugal e do Exército. Na França, Gregório de Tours era conhecido por sua devoção ao santo cavaleiro; o Rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotilde, mandou erguer várias igrejas e conventos em sua honra. 
A Inglaterra foi o país ocidental onde a devoção ao santo teve papel mais relevante.
O monarca Eduardo III colocou sob a proteção de São Jorge a Ordem da Jarreteira, fundada por ele em 1330. 

Por considerá-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentavam reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. 
No século XIII, a Inglaterra já celebrava o dia dedicado ao santo e, em 1348, criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos, que também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.
Ainda durante a Grande Guerra, muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos de guerra.

Sabe-se, entretanto, que Jorge foi um homem que viveu em nome de Jesus Cristo, e viveu o bom combate da fé, pelo poder da Cruz. Viveu sob o senhorio de Jesus Cristo e testemunhou o amor a Deus e ao próximo, vivendo o testemunho que Jesus nos deixou. 
Que São Jorge interceda por nós para que sejamos guerreiros do amor. E que ele seja um símbolo de fé e força para que enfrentemos o mal, sobretudo nos dias de hoje, em que a violência infelizmente está presente em toda a sociedade.





PARÓQUIA SANTA EDWIGES- BRÁS DE PINA - RJ

Pároco Givanildo Luiz Andrade

Imagens: Daniel Verdial



segunda-feira, 21 de abril de 2014

DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR.


Despontou o dia da salvação. A morte foi vencida, o Cordeiro ressuscitou.
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos.
A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O.
 Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).
EVANGELHO (Jo 20, 1-9)
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmu­lo. Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o co­locaram”. 
Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmu­lo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais de­pressa que Pedro e chegou primei­ro ao túmulo. Olhando para den­tro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 
Então entrou também o outro discípulo, que tinha chega­do primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
CRISTO, NOSSA PÁSCOA, FOI IMOLADO. ELE É O VERDADEIRO CORDEIRO, QUE TIRA O PECADO DO MUNDO. MORREN­DO, DESTRUIU A MORTE E, RESSURGIN­DO, DEU-NOS A VIDA.
A Ressurreição do Senhor é um apelo muito forte: lembra-nos sempre que vivemos neste mundo como peregrinos e que estamos em viagem para a verdadeira pátria, a eterna. Cristo ressuscitou para levar consigo os homens, na Sua Ressurreição, para onde Ele vive eternamente, fazendo-os participantes da Sua glória.
Maria, a mãe de Jesus, que acompanhou o Filho nas terríveis e duras horas da paixão; junto da Cruz, emudecida de dor, não soubera o que dizer; agora, com a Ressurreição, emudecida de alegria, não consegue falar. 
Procuremos estar unidos a essa imensa alegria da nossa Mãe. Toda a esperança na Ressurreição de Jesus que restava sobre a terra tinha-se refugiado no seu coração.
Com toda a igreja, neste tempo pascal, saudemos a Virgem Maria: “Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia! Por que aquele que merecestes trazer em vosso seio ressuscitou como disse, aleluia!…”
"A dor da compaixão foi maior que a da paixão", isto é, o sofrimento que Ele experimentou em sua humanidade não foi tão grande quanto aquele que sofreu movido pela caridade, pelo amor por nós. Jesus sofreu ao ver-nos perdidos e abandonados no pecado.
Por isso, em Sua compaixão infinita, "desceu aos infernos" de nossa miséria; como Bom Pastor, desceu conosco ao "vale da sombra da morte".
Eis o grande dom da Páscoa. Cristo entra nos cenáculos de nossa vida e deseja: "A paz esteja convosco!". 
Apaziguando os nossos corações, Ele diz que não precisamos ter medo. O Bom Pastor deu a vida por suas ovelhas, desceu ao vale tenebroso para resgatar-nos; em sua grande compaixão, Ele – que não precisava – sofreu a paixão de suas ovelhas.
E agora, Ele mesmo carrega-nos em seu regaço.
Eis a vitória da Páscoa, a paz que podemos encontrar no coração de Cristo. 
"Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com Ele": se com Ele descemos ao "vale da sombra da morte", agora temos a esperança de estar com Ele, um dia, na glória do Céu.

Uma feliz e santa Páscoa a todos!

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA
Pároco Givanildo Luiz Andrade

Imagens: Daniel Verdial