segunda-feira, 30 de junho de 2014

PEDRO, O PESCADOR


Afirmamos que a Igreja existe nas pessoas. O Senhor confiou essa nova realidade, a Igreja, aos Doze Apóstolos. 
Contemplá-los  um a um, compreender através destas pessoas em que consiste viver a Igreja, o que significa seguir Jesus. Depois de Jesus, Pedro é o personagem mais conhecido e citado no Novo Testamento: é mencionado 154 vezes com o sobrenome de ‘Petros’, ‘pedra’, ‘rocha’, que é a tradução grega do nome aramaico que lhe deu diretamente Jesus, Kefa, testemunhado em nove ocasiões, sobretudo nas cartas de Paulo. 
É preciso acrescentar também o nome de Simão, usado frequentemente ( 75 vezes ), que é a forma adaptada ao grego de seu nome hebraico original, Simeão ( duas vezes: At 15,14; 2Pd, 1,1 ).

Nos Evangelhos, Simão apresenta um caráter decido e impulsivo. Está disposto a fazer prevalecer suas razões, inclusive com a força ( usou a espada no Horto das Oliveiras (  Jo 18,10s). 
Ao mesmo tempo, às vezes, é também ingênuo e temeroso, assim como honesto, até chegar ao arrependimento  mais sincero (Mt 26,75). Os Evangelhos permitem seguir passo a passo seu itinerário espiritual.

 O ponto de início é o chamado por parte de Jesus. Aconteceu em um dia como qualquer outro, enquanto Pedro o cerca para escutá-lo.
O mestre vê duas barcas amarradas à margem. Os pescadores desceram  delas e estão lavando as redes. Ele lhes pede poder subir  a uma barca, a de Simão, e lhe  solicita que se afaste um pouco da terra. Sentado nessa cátedra improvisada, ensina desde a barca à multidão ( Lc 5,1-3 ). Desse modo, a barca de Pedro converte-se na cátedra de Jesus.
 Quando terminou de falar Jesus diz a Pedro: “Rema mar adentro, e lançai vossas redes para a pesca”. Simão responde: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pescamos nada; mas, em teu nome, lançarei as redes” ( Lc 5, 4-5).

Jesus, que era um carpinteiro, não era um especialista em pesca e, contudo, Simão, o pescador, fia-se desse Rabi, que não lhe dá respostas, mas o convida a confiar.
Sua reação ante a pesca milagrosa é de assombro e estremecimento: “Afasta-te de mim, Senhor, que sou  um homem pecador” ( Lc 5,8). Jesus responde convidando-o a ter confiança e abrir-se a um projeto que supera toda expectativa: “Não temas. 

Desde agora serás pescador de homens” (Lc 5,10). Pedro não podia sequer imaginar que um dia chegaria a Roma e que aqui seria “pescador de homens” para o Senhor. 
Aceita esse chamado surpreendente a deixar-se envolver nessa grande aventura; é generoso, reconhece seus limites, mas crê em quem o chama e segue o sonho de seu coração. Diz “sim”, um “sim” valente e generoso, e se converte em discípulo de Jesus.

Pedro vai aprendendo e ensinando o que significa seguir Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Por quem quer salvar a sua  vida, perdê-la-á, mas quem perde sua vida por mim e pelo Evangelho, salvá-la-á ( Mc 8,34-35). 
É a lei exigente do seguimento: é necessário saber renunciar, se for preciso, ao mundo todo para salvar os verdadeiros valores, para salvar a alma, para salvar a presença de Deus no mundo ( Mc 8,36-37). Ainda que lhe tenha custado, Pedro acolhe o convite a continuar seu caminho seguindo os passos do Mestre.  

Assim, como Pedro, temos que seguir Jesus e não precedê-lo: Ele nos mostra o caminho. Pedro nos diz:  tu pensas que tens a receita e que tens de transformar o cristianismo, mas quem conhece o caminho é o Senhor. É o Senhor quem me diz, quem te diz: “Segue-me!” E temos que ter valentia e humildade para seguir Jesus, pois Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
( Cf.:  Mistagogias de Bento XVI sobre a Igreja,, Pedro, o pescador – 17.05.2006, pgs 70-72, V0zes 2007. )

PARÓQUIA SANTA EDWIGES 
EM BRÁS DE PINA - RJ
PÁROCO GIVANILDO LUIZ ANDRADE
IMAGENS DANIEL VERDIAL

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