quarta-feira, 15 de outubro de 2014

NOVENA DE SANTA EDWIGES 2014 - 5º AO 7º DIA

CONTINUAMOS NA PREPARAÇÃO DA GRANDE SOLENIDADE DA NOSSA PADROEIRA E LEMBRAMOS AQUI O 5º, 6º E 7º DIA DA NOVENA DE SANTA EDWIGES

SANTA EDWIGES: A SANTA DUQUESA
Nascida no período Medieval, em 1174, Edwiges – morreu em 1.243, e foi canonizada em 1.267 –, foi uma mulher que marcou seu tempo. De família nobre, rica, assistiu, desde tenra idade, a miséria a tomar formas diferentes nas pessoas que conhecia, convivia e amava.
Ao se casar aos 12 anos de idade, com Henrique, duque europeu, a então princesa da Silésia, país de Lebuska, atual Polônia, Edwiges, educada no Catolicismo e dona de uma fé inabalável, deparou-se com uma situação completamente diferente da que estava acostumada a conviver – seu marido, irmão de clérigo, mal sabia rezar.
Cristã, no real sentido da palavra, a esposa de Henrique logo tomou a educação religiosa de seu marido, preparando o caminho da paz em sua casa para a chegada de seus seis filhos – Henrique, Conrado, Boleslau, Inês, Sofia e Gertrudes. E, para conseguir manter sua família dentro do que acreditava, diariamente, levava a família até a capela próxima do castelo onde moravam, para assistirem, juntos, diariamente, à missa.
Mas, suas devoções a Cristo e respeito à Virgem Maria não terminavam em seus horários de missa ou de oração. Entre as prolongadas ausências do marido, que saía a lutar nas guerras que dizimavam vidas e era freqüente naquele período da humanidade, Edwiges aproveitava para visitar famílias nas maiores condições de miséria e buscar o socorro para cada uma delas.

Nessas visitas, descobriu que os maiores problemas que as famílias enfrentavam estavam relacionados à falta de dinheiro. Lavradores, pequenos sitiantes precisavam pagar uma quantia aos proprietários da terra que trabalhavam, sobre a colheita que deveriam ter.
 Essa colheita sempre era menor do que o esperado devido ao inverno rigoroso e as intempéries do clima do lugar. Sem ter como pagar as dívidas, os lavradores eram presos e suas famílias ficavam abandonadas, sem ter a quem recorrer. 

Muitas vezes, as mulheres se prostituíam para poder sustentar seus filhos, ou vagavam pelas ruas, à mercê da quase inexistente caridade pública, sendo humilhadas e maltratadas pelos moradores que tinham condições de sobreviver.
Assistindo a dor e a miséria humana, Edwiges, dona de um coração privilegiado para a época, e uma das mulheres que mais sentiram – e demonstraram – como ninguém, a caridade e a compaixão, pagava as dívidas dos presidiários com o dinheiro de seu dote, a quantia que foi dada em época de seu casamento o seu marido que não quis usá-la e deixou a seu inteiro dispor de sua esposa, ajudando-os a reiniciarem suas vidas.
Preocupada com a situação das mulheres que perdiam seus maridos nas guerras e viam-se a mercê da sorte, expostas a estupros e todo tipo de maldade humana, passou a construir em pequenos vilarejos, conventos para abrigar viúvas e órfãos. Muitas tornaram-se freiras e passaram a servir a Deus.
Depois de perder dois de seus filhos precocemente e, por último, seu marido, Edwiges retirou-se para o convento de Trébnitz e ali viveu, em jejum e oração até sua morte, aos 69 anos de idade.
Sua fé foi motivo de muitos pedidos dos que viveram próximos a ela, depois de sua morte e, com vários milagres comprovados, a Igreja Católica a declarou santa em 1.267, 24 anos após a sua morte.
Até hoje, seu corpo é venerado no Convento de Trébnitz, na Polônia, e existem igrejas no mundo inteiro dedicadas à santa.

EDWIGES: AMOR E DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS
De sua casa e dos costumes familiares a Duquesa Edwiges trouxe para a Silésia um culto particular à Nossa Senhora Mãe de Deus e aos Santos.
 Lemos em uma de suas biografias: “Tendo em vista que, com justa razão, amava acima de todos os santos a Mãe do Senhor, ela levava sempre consigo uma estatueta dela. Com freqüência pegava a estatueta para olhá-la com amor e devoção, aumentando cada vez mais a sua veneração à Virgem Santíssima. 
Com esta estatueta Edwiges abençoava doentes e estes ficavam bons. No momento de sua morte Edwiges segurava a tal estatueta com tanta orça em sua mão esquerda que não foi possível retirá-la dela. Foi sepultada assim, segurando a estátua da Virgem”
Anos depois, quando seu túmulo foi aberto, os três dedos que seguravam a estátua estavam intactos. A descrição disto tudo deve ter deixado uma profunda impressão sobre os seus contemporâneos. 
Não era prática dos monges e das monjas Cistercienses portar estátuas de santos. Apesar disto Edwiges tinha consigo esta estátua mesmo durante o tempo em que viveu no mosteiro desta ordem nos últimos anos de sua vida.
A Duquesa Edwiges era uma cristã, uma discípula de Jesus fiel e dedicada. Era filha de seu tempo, vivia as realidades da sociedade daqueles anos longínquos e era também limitada pelo modo de vida pelas pessoas daquela região. Mas manteve sempre a fé e alimentou-a com as devoções que tinha mais à mão. 
O AMOR À MÃE DE DEUS FOI ALGO FORTE E CARACTERÍSTICO DESTA AMÁVEL SANTA QUE ACOLHEMOS POR NOSSA PADROEIRA.

Pároco: Pe Givanildo Luiz Andrade
Texto: Santuário de Santa Edwiges
Arquidiocese de São Paulo, Região Episcopal Ipiranga – SP
Imagens: Daniel Verdial

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