terça-feira, 7 de abril de 2015

VIGÍLIA PASCAL 2015

(Precônio Pascal)

Eis a noite sem trevas e a escuridão mais iluminada do mundo. Esta é a noite em que Cristo venceu a morte, cantou-se no anúncio pascal. Mas a nossa alegria deste hoje reúne, de fato, um júbilo atemporal, que se estende pelas gerações que nos precederam e que, em um movimento dialético, distorce o tecido da história e alcança o eterno. Compartilham conosco, desta mesma felicidade, os israelitas que confiaram em Deus e souberam aguardar por Ele e todos os homens de Boa Vontade. 
 A Vigília Pascal se divide em quatro momentos. O primeiro: a liturgia da luz, o fogo é abençoado e torna-se novo para nós. Acende-se o círio pascal.
O segundo momento é a Liturgia da Palavra: todas as leituras e salmos recordam a ação de Deus no meio do seu povo.
O terceiro momento é a Liturgia batismal: os novos cristãos são acolhidos pela comunidade. Todos os santos são invocados para interceder por aqueles que serão batizados e estes professarão sua fé. Há a renovação das promessas batismais daqueles que já receberam o sacramento e, seguido da Liturgia Eucarística: o Cristo proclamado na Palavra como Ressuscitado é o mesmo da Eucaristia.
A plenitude dos tempos narrada na ocasião do nascimento de Jesus tem agora um recomeço, onde aquele Glória entoado pelos anjos conhece a nossa voz e ressoa por todas as igrejas do mundo, por todo universo, por todo tempo.
Feliz noite que vence o pecado, enquanto o inimigo é recolhido na solidão de sua maldade. Salvos. Fomos salvos! 
 O preço está pago e o pagamento da nossa dívida consumou-se, junto com as trevas que foram expulsas pelo regresso da luz; da luz do mundo, do sol nascente que um dia veio nos visitar e que, agora, retorna trazendo em suas mãos o preço do nosso resgate, as cicatrizes do seu amor. 
Ele havia morrido, essa era a nossa tristeza e o sentimento de culpa que nos calou. Ele ressuscitou podemos gritar agora! Não tenhamos medo. Ouçamos o anjo que fala do túmulo vazio e demos continuação ao testemunho feliz daquelas mulheres.
Ele ergueu a pedra de seu próprio túmulo quando ressuscitou dos mortos e Ele também quer e pode retirar a pedra do nosso túmulo para que possamos sair com Ele ressuscitados para uma vida. 
No dia do nosso Batismo essa graça aconteceu conosco. Cristo retirou a pedra do nosso sepulcro, como hoje faz com nossos irmãos que receberão o Santo Batismo em tantos lugares do mundo, e nos deu uma vida nova. Mas nós, que pecamos após o nosso Batismo e tantas vezes voltamos a nos encerrar em nossos sepulcros, carregamos a certeza de que, se quisermos, se confiarmos no poder da sua Ressurreição, se confiarmos em seu amor infinito, poderemos ver o grande milagre, sim, Ele removerá a pedra do nosso sepulcro e nos dará a vida eterna.
Um dia glorioso chegará para nós que temos medo da morte. Sabemos que Cristo a venceu, mas ainda a tememos, como uma criança (ou um adulto, sic!) que sabe que não tem nada no escuro, mas ainda assim o teme, inexplicavelmente. Mas nós sabemos pela fé que quando nós morrermos e formos definitivamente postos no sepulcro. 
Quando nos fecharem naquele lugar escuro e sombrio, quando todos chorarem nossa morte voltando para suas casas, nós sorriremos e saltaremos de alegria. 
 Porque ao fecharem nosso túmulo aqui, Cristo o abrirá na vida eterna e nos dirá como disse a Lázaro: “Vem para fora!” Sim, Ele nos chamará pelo nome e nos ordenará: “Vem para fora!” 
Diante dessa certeza de vida eterna, toda dor que possamos enfrentar nesse mundo se reduz a nada, porque sabemos que, em Cristo, nós somos mais que vencedores.
Sejamos portadores dessa certeza da Ressurreição. Sejamos mensageiros dessa boa-nova, como as mulheres que outrora encontraram o túmulo vazio. Sejamos portadores da alegria notícia: “Ele Ressuscitou!” Ele não está mais no sepulcro. 
 Ele agora está vivo e ressuscitado no meio de nós. Hoje, transborda em toda a terra a sua graça, a fonte de água viva que nos sacia. Sim, cantemos ao senhor que fez brilhar a Sua glória, que nos fez conhecer o seu amor
Amor que não morre, amor que é imortal.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES 
EM BRÁS DE PINA
Pároco: Padre Givanildo Luiz Andrade
Fotos: Daniel Verdial

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