NESTE MÊS DE OUTUBRO COMEMORAMOS OS 10 ANOS DO ESTATUTO DO IDOSO. MUITA COISA TEM MELHORADO PARA OS IDOSOS NESTE PERÍODO,
APESAR DE AINDA EXISTIR MUITO A SER FEITO.
Talvez o maior desafio seja justamente o de colocar em
prática aquilo que está na Lei, uma vez que o Estatuto é muito bom. Além disso,
todos sabemos que se não existir sentimento de humanidade e amor para com os
idosos, o Estatuto também não vai conseguir lhes dar vida boa e feliz, porque a
letra, por si só, não muda relacionamentos e atitudes.
Na conferência de Aparecida em 2007, os bispos
disseram que “o respeito e gratidão dos anciãos deve ser testemunhado em
primeiro lugar por sua própria família. A Palavra de Deus nos desafia de muitas
maneiras a respeitar e valorizar os mais idosos e anciãos. Convida-nos,
inclusive, a aprender deles com gratidão e acompanhá-los em sua solidão e
fragilidade” (n. 448).
Mais adiante, o
documento lembra que “muitos de nossos idosos gastaram a vida pelo bem de sua
família e da comunidade, a partir de seu lugar e vocação. Muitos, por seu
testemunho e obras, são verdadeiros discípulos missionários de Jesus”. Por
isso, “a família não deve olhar só as dificuldades que traz a convivência com
eles ou o ter que atendê-los. A sociedade não pode considerá-los como peso ou
carga” (449).
O Papa Francisco, na saudação aos avós quando da sua
estada no Rio de Janeiro, ressaltava o seu valor “na vida da família, para
comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer
sociedade”. E testemunhava “como é importante o encontro e o diálogo entre as
gerações, principalmente dentro da família”.
Todos nós somos testemunhas da beleza de uma família
onde filhos e netos convivem harmoniosamente com os pais e avós já idosos. E,
de outro lado, muitos também conhecemos famílias onde os idosos são vistos como
estorvo para filhos e netos, sendo que, em algumas existe a expectativa da sua
morte para que os filhos possam usufruir da herança “dos velhos”. Há também famílias onde os valores dos idosos são menosprezados e ridicularizados.
Algumas, inclusive, chegam ao extremo de eliminar as imagens de santos que
serviam para alimentar a devoção dos pais e avós, mostrando, com isso, um total
desrespeito para o sentimento dos pais.
Em outras famílias, os idosos se queixam da falta de alguém que os leve até uma Igreja para que possam participar das celebrações comunitárias que sempre lhes foram muito caras.
Em outras famílias, os idosos se queixam da falta de alguém que os leve até uma Igreja para que possam participar das celebrações comunitárias que sempre lhes foram muito caras.
Que as comemorações dos 10 anos de assinatura do
Estatuto do Idoso motivem uma reflexão mais profunda sobre a situação dos
idosos na sociedade e na família. Aproveitemos para revisar o cumprimento da
Lei, mas também para revisar o amor e respeito para com os idosos em todas as
instâncias da vida. A Lei, que é boa, deve ser cumprida. Mas pessoas que tem
amor no coração, irão se empenhar para ultrapassar a letra da Lei e dar aos
idosos uma velhice mais saudável e harmoniosa, com total respeito aos seus
valores.