sexta-feira, 6 de março de 2015

DOIS MONTES. DUAS REALIDADES. UM CAMINHO A PECORRER... SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA - Gn 22,1-9; Mc 9,1-9‏


“Quem já não experimentou no mais íntimo  de si dois grandes desafios?  Saber que é chegada a hora de uma definição  e no entanto,  desejar  permanecer,  querer que este momento  se prolongue? 
Ainda permanecer  como está,  pois afinal tudo é Graça  de Deus. Assim, aconteceu com Abraão. Sendo pobre, envelhecido pelo tempo, já não  esperava mais nada da vida, a não ser que chegasse o momento em que partiria  definitivamente  deste mundo. Só  lhe restava a descendência  da escrava. Eis que, Deus o chama. Chama-o  a sair de si, do seu lugar, a migrar e ir em direção  a um outro tempo, a um outro lugar. É  o tempo de Deus em sua vida.
Deus encontrou "abrigo" no coração  de Abraão, ou seja, encontrou acolhida e confiança.  Confiança  inabalável  nas promessas, na Palavra,  no poder do Senhor. Vai Abraão  e Deus o abençoou  com a fecundidade no ventre estéril  de Sara. Fecundidade biológica  e do espírito.  Desta recíproca  amizade permeada pela confiança  brotou um fruto: Isaac. 
Oh Deus obrigado  por tão  grande benevolência. Das entranhas estéreis  da nossa  vida, fecundastes-nos graciosamente  fazendo jorrar a vida. Pode um amigo pedir algo, por mais precioso que seja, é ser-lhe negado?  Uma amizade construída na experiência da fé no impossível  humano e transformada na visibilidade amorosa na pessoa  de Isaac, o filho  querido de Abraão. Amizade profunda agora desafiada ao extremo  da  prova: "toma teu filho, teu único, que amas, Isaac,  e vai  à  terra de Maria e lá o oferecerás  em  holocausto sobre uma montanha  que eu te indicarei " Gn 22,2
Que coisa! Isaac carregou nos ombros o feixe de lenha, foi amarrado para o  sacrifício?  Também Jesus carregou o lenho da sua cruz e foi amarrado  durante a sua Paixão. Em Jesus Cristo  se realiza o sacrifício  de Isaac, à  diferença de Abraão, Deus não segurou  a mão no último  momento. Jesus faz o seu percurso até  o monte, antecipando aos seus amigos, pela transfiguração  e a voz do Pai, que o caminho estreito da cruz leva ao caminho  da vida. A transfiguração traz um misto de alegria e medo: Cruz e Ressurreição. 
Que amor é este que embasa o coração  de Deus, o coração  de Abraão,  o coração  de Cristo. O teu coração e de tantos que se deixaram ser tocados  por Ele? Uma história  de vida que se funde. A vida de Deus e a vida do homem. Não há  espaço para a imparcialidade. 
Crer. Crer no meio ao sofrimento e em meio à alegria. Só conhecendo o coração do outro é  possível caminhar nesta estrada de adesão  e renúncia, esperando sempre... no Senhor”.
FICA CONOSCO SENHOR, POIS ANOITECE.
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PARÓQUIA SANTA EDWIGES EM BRÁS DE PINA - RJ
PÁROCO: Pe Givanildo Luiz Andrade
IMAGENS: Daniel Verdial

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