segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA 2013

AINDA VIVENDO AS ALEGRIAS DO SANTO NATAL DE JESUS CRISTO, A IGREJA CELEBRA, A FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA, APRESENTANDO-NOS JESUS, MARIA E JOSÉ, A FAMÍLIA DE NAZARÉ QUE SE TORNOU MODELO PARA TODAS AS OUTRAS.

A ordem dos nomes não é por acaso; indica a intensidade de santidade de seus membros: Jesus — Deus entre nós; Maria — a cheia de graça; José — o homem justo. Uma família sagrada!

Contemplando a Sagrada Família, somos convidados a olhar para as nossas que estão expostas a tantas dificuldades. E somos interpelados pelo Evangelho de Jesus Cristo para que façamos delas verdadeiras comunidades de fé e de amor, promotoras e defensoras da vida em todas as dimensões, alicerçadas nos valores da fidelidade e da indissolubilidade.

Ao celebrarmos a festa da Sagrada Família, somos convidados a viver os valores que as leituras bíblicas dessa celebração nos apresentam. O livro do Eclesiástico nos propõe amar e respeitar nossos pais: "Quem honra seu pai alcança o perdão dos pecados, quem respeita sua mãe é como alguém que ajunta tesouros." E o apóstolo Paulo, na carta aos Colossenses, exorta a nos revestirmos de misericórdia, bondade, humildade e mansidão, insiste para que saibamos amar e perdoar. São os caminhos para se construir uma verdadeira família.

Homilia de Padre Givanildo Luiz Andrade
Na Festa da  Sagrada Família – 29.12.13.
AS LIÇÕES DE NAZARÉ
Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho.
Aqui se aprende a olhar, a escutar a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.
Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade  de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu  para  revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido.

Aqui nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo. Oh! Como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré!  Como gostaríamos, junto de Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas.
Mas estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui a educação, jamais terminada, para a inteligência do evangelho. Não partiremos, porém, antes de colher às pressas e quase furtivamente algumas breves lições de Nazaré.

Primeiro, uma lição de silêncio. Que renasça em nós a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito; em nós, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersensibilizada. Ó silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres; ensina-nos a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê em segredo.

Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família. sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos  qual é sua função primária no plano social.
Uma lição de trabalho. Ó família de Nazaré, ó casa do “filho do carpinteiro”, é aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim. 

Como gostaríamos por fim de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu divino irmão, o profeta de todas as causas justas, o Cristo nosso Senhor.
(Cf Alocução pronunciada em Nazaré a 5 de janeiro de 1964, pelo Papa Paulo VI).


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