quarta-feira, 6 de maio de 2015

O AMOR SEM LIMITES - V DOMINGO DA PÁSCOA

ESTAMOS NA NOITE DERRADEIRA EM QUE JESUS, TENDO AMADO OS SEUS QUE ESTAVAM NO MUNDO, AMOU-OS ATÉ O FIM. SÃO JOÃO, QUE JÁ HAVIA NARRADO O LAVA- -PÉS, OMITE A ÚLTIMA CEIA, PREFERINDO RELATAR A ALEGORIA DA VIDEIRA E OS RAMOS.

Já no Antigo Testamento, a imagem da videira plantada e tratada com tanto desvelo, que apesar de todo o carinho do vinhateiro só produzia uvas verdes e amargas, era símbolo da aliança de Deus com Israel, um pacto de amor cumprido fielmente pelo Pai, apesar da infidelidade de seu povo. Agora, preparando-se para sua Paixão, em que carregará todo o peso da humanidade, Jesus se entrega ao Pai em nome de todo o povo. 
Doravante, Ele, como a videira verdadeira, vai oferecer-se, de uma vez por todas, numa entrega de amor fiel até o fim. N’Ele, o Pai encontrará a única videira capaz de oferecer o fruto perfeito. 
 Como vinho generoso, seu sangue derramado pela humanidade, um gesto de amor sem limites, vai se converter na máxima expressão de amor jamais concebida na face da terra, entregando-se sem reservas: por suas chagas fomos curados. 
Deste modo, podemos compreender as palavras de Jesus na instituição da Eucaristia, que constam nos outros Evangelhos: “Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da Nova e Eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos.” 
Se por si próprio, o ser humano não poderia oferecer ao Pai fruto digno da vida que Ele nos deu e do amor que Ele tem por nós, unidos a Cristo, como os ramos à videira, participamos desta simbiose de amor que brota da morte e ressurreição do Deus que se entrega sem reservas pelo mundo inteiro. 
Peçamos a graça de podermos sentir, a cada dia, com os olhos e com o coração, que não há limites para o amor de Deus, pois este é o amor sem medidas
Evangelho (Jn 15,1-8): «Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim.
»Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos».

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