quarta-feira, 24 de setembro de 2014

“PARA MIM, O VIVER É CRISTO... E O MORRER É LUCRO” - FL 1, 20C.24.27A - 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Sair de madrugada pressupõe ter uma grande necessidade ou um grande desejo, ou simultaneamente necessidade  e desejo. 
É de se entender que, na necessidade está implícito o desejo, porque no fato mesmo de uma necessidade, está inclusa a vontade por algo ou por alguém, em virtude da carência daquele (a) que necessita. 
Assim, alguém que tem fome, tem vontade de comer, desejo de saciar uma necessidade do seu corpo que é a fome. Necessidade e vontade (desejo) que vêm de um único coração.
Neste sentido, trazemos a reflexão sobre o Patrão e o Reino dos Céus – desenrolar de um acontecimento descrito por Jesus que narra a Parábola em que, o Patrão quer encontrar-se com os trabalhadores e levá-los a ter a sua diária que os conduzirá à salvação. 
O Patrão  saiu  de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. A vinha é o lugar do encontro aonde se desenrolará o trabalho que possibilitará o pagamento, não importando se alguns trabalhadores chegarão à primeira hora, se ao meio dia, ou já, no declinar da jornada.
 O elo que fará a ligação entre as horas trabalhadas em diferentes momentos, será a justiça do Patrão, diferenciada dos critérios  colocados em prática pela legislação quer do passado, quer do presente, pois  vamos encontrar neste Patrão que fala Jesus, uma bondade tal, que “ninguém poderá medir sua grandeza.” – Sl 144,1.
 Misericórdia e piedade é o Senhor. Esta misericórdia e piedade impele a sair de madrugada ao encontro  da nossa carência e que, diferentemente da hora do dia, quer estar conosco na sua vinha. 
Não importa se sejamos crianças – de madrugada -,jovens – às nove horas da manhã -, ou adultos – ao meio dia -, ou envelhecidos – ao cair da tarde. Todos receberão o mesmo salário: a salvação.
O Senhor toca em cada um de nós. Muda a nossa estrutura física e psíquica.
 Não dá como não mover-se em direção  a tão especial maneira de ser, querer ver, alongar o olhar, desejar entrar em tão intrigante e interessante  maneira de ser e proceder. É diferente de nós: É generoso no perdão. Seus pensamentos não são como os nossos pensamentos, seus caminhos não são como os nossos caminhos.” – Is 55, 7-9. “É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz” – Sl 144(145),3.
E assim, de passo em passo, vamos  entrando no ser de Deus até que ele seja glorificado em nós: “para mim, o viver é Cristo e morrer é lucro.” – Fl 1, 20c.24.27a.
Quero expressar aqui a minha prece e a minha gratidão à catequista Mould Lup Viana, que aos 79 anos foi ao encontro do Reino dos Céus, chamada pelo Bom Pastor que confiou-lhe por tantos anos, a missão de catequista e que, ela assumiu com tanto zelo e amor pelas crianças na Comunidade de Santa Edwiges em Brás de Pina. Tenho certeza que o Senhor saiu de madrugada para encontrá-la bem cedo, no raiar dos primeiros  raios de luz e fê-la entrar no Reino que o Senhor preparou para ela: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos.” Obrigado Mould. Obrigado por tê-la conhecido. Obrigado por sua amizade. Muitíssimo agradecido.

Padre Givanildo Luiz Andrade
Paróquia Santa Edwiges - Brás de Pina
Imagens: Daniel Verdial

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