NESTE DOMINGO, 16 DE MARÇO DE 2014, A LITURGIA DA IGREJA NOS REMETE À
EXPERIÊNCIA DE UM HOMEM QUE FORA
PROFUNDAMENTE TOCADO PELO DESAFIO DE RECOMEÇAR A SUA VIDA A PARTIR DA
VELHICE: ABRÃO.
Qual
o tempo de um homem? Qual o seu tempo
“favorável?” O tempo favorável é o tempo
do Senhor. Não
importa se o chamado acontece ainda no ventre materno, como João Batista, ou no
declinar das forças físicas, na velhice, como Abrão. Quem possibilita é o
Senhor.
Todo o poder, toda a força de Deus está centralizada neste desafio lançado no coração de Abrão: “vai para a terra que eu te vou mostrar”, onde farei de ti um grande povo”. E Abrão partiu.
Não resistiu a si mesmo, não resistiu à sua velhice e caducidade, mas se revestiu da força do Senhor, tornando-se bênção para aqueles que o receberam e maldição, para os que preferiram a estagnação da desconfiança.
Para sair é preciso ter fé, “confiar esperando no Senhor”, atento ao seu olhar, prontos a ser alimentados por Ele no tempo de penúria, pois o Senhor é auxílio e proteção [Sl 32(33)].
Neste sentido, inclui-se também a possibilidade do sofrimento, pois ter fé, predispor-se “a sair”, não exime a ausência de sofrimento e sacrifício: “sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus” ( 2Tm 1, 8-10).
A salvação e a vocação despertadas por Deus no coração daquele que crer é Graça dada por Cristo que vem destruindo tudo aquilo que nos leva à morte, fazendo brilhar a vida.
Sair, tornar-se itinerante na fé, só é possível com Jesus que enfrenta o Mal – o demônio e é servido pelos anjos e que neste segundo domingo da Quaresma nos conduz até a montanha, revelando-nos o esplendor de sua divindade.
Com os discípulos também vislumbramos a sua glória que nos prepara para a longa peregrinação que culminará em outra montanha, o Calvário, onde na aparência do homem das dores, manifestará a plenitude da sua glória, amando-nos até o fim.
Quaresma é tempo de caminhar, de peregrinar do homem velho para o homem novo. Sair do comodismo, reafirmar com os nossos atos as promessas que um dia foram feitas em nosso nome no Batismo; caminhar com Abraão rumo à terra prometida; caminhar com Jesus em demanda do Reino de Deus já aqui e agora.
Ter abertura de
coração e espírito para ainda hoje, ouvir a voz do Pai: “Este é o meu filho
amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”
(Mt 17,5).
(Cf. Folheto a
Missa, 16 de março de 2014)
Paróquia Santa
Edwiges - Brás de Pina - RJ
Pároco Givanildo
Luiz Andrade
Imagens Daniel
Verdial
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