Responder
a esta milenar e atual pergunta, pressupõe a atitude de se colocar de pé,
pronto (a) para o itinerário da fé, pois “a fé é um caminho que não está
previamente traçado; é um caminho a ser feito e a inventar incessantemente”.
Só caminhando encontramos o Cristo, pois há de chegar o momento onde se
cruzarão o nosso caminho com o de Cristo, aonde ouviremos o Senhor a nos
apontar um novo itinerário: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”- Jo 14,6.
Portanto, o
caminho do homem marcado pela transitoriedade do tempo, se deparará com o
Caminho da eternidade que é o Cristo, o Senhor, pois ele é a Porta por onde os
peregrinos de ontem e de hoje e de amanhã, poderão passar e ter em si a posse
da Verdade que buscam e a Vida que tanto anseiam.
Para não ficarmos ao longo da estrada, pressupõe a vivência da fé, que
nos enche de confiança e assim, nos possibilita testemunhar o que ouvimos de
Jesus, a sua Palavra e a realizar também
as suas obras e pelas quais somos chamados a torná-Lo presente no mundo de
hoje.
Palavras e obras
do Senhor, agora colocadas em prática pelos cristãos tornarão presente no mundo
de hoje, o Senhor. Palavras e obras de Cristo, por nós, realizadas, se tornam
Caminho, Verdade e Vida.
Mas, antes que transbordem para o mundo que ainda “não
o vê nem o reconhece”, é necessário que
o nosso coração esteja pleno desta vida de Jesus ressuscitado e agora sim,
transborde para o coração do mundo, “dando razões de nossa esperança a todos
aquele(a)s que nos pedirem” – 1Pd 3,15.
Só o amor nos tira da solidão. Só o amor nos torna companheiro(a). Só o
amor nos torna Igreja, Comunidade, Povo de Deus, Nação santa, Raça escolhida,
Povo sacerdotal, Família. Por isso, a exigência e a insistência de Jesus: “Se
me amais, guardareis os meus mandamentos” – Jo 14,15.
O que implica dizer, que o amor é testemunho e testemunha da
visibilidade de Cristo no mundo, na Igreja, no coração do homem e até mesmo na
Natureza. O amor tem a face visível, que é o rosto de cada homem e a face
misteriosa de Deus vislumbrada em Jesus Cristo: “Quem me vê, vê o Pai”.
Podemos dizer que o amor é transbordante. Transborda do coração de Jesus
para o coração do homem que por sua vez, transborda para o coração do mundo
fazendo-o conhecer Jesus, transborda para a Natureza colocando ordem no caos.
O amor torna-se caminho superior a todos os outros - 1Cor 13, pois o
amor é paciente, prestativo, humilde, dom de si, perdão, justiça, confiança,
esperança e tudo suporta.
O amor é vida e
dá a vida!
A
solidão não é fácil! Por isso, após a Paixão, e durante os dias do Senhor na
Mansão dos mortos, o vazio, a ausência de Sua presença, trouxe uma completa
dispersão dos amigos de Jesus.
“A ausência
daquele que eles amaram e seguiram” foi
motivo de tristeza e um profundo vazio naqueles corações e temerosos do Amanhã.
Foi a ação do Espírito que trouxe à luz de suas consciências a compreensão que
também eles são parte do mistério de Deus: “Naqueles dias sabereis que eu estou
no meu Pai e vós em mim. E eu em vós” – Jo 14,20. Voltando mais uma vez ao
amor: O amor é o ligamento, “o cimento”, a liga entre Jesus e nós e o Pai. É
nesta pertença, fidelidade recíproca que nos torna Todos em Um.
ORAÇÃO
Vento de Deus
“Tu que sopras ondes queres, vento de Deus dando
vida, sopra-me, sopro fecundo! Sopra-me vida em teu sopro! Faze-me todo
janelas, olhos abertos e abraço. Leva-me em boa Notícia sobre os telhados do
medo. Passa-me em torno das flores, beijo de graça e ternura. Joga-me contra a injustiça em função da
verdade. Deita-me em cima dos mortos, boca profeta a chama-los”. D. Pedro Casaldáliga
Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina – RJ
Pároco Givanildo
Luiz Andrade
Imagens Daniel
Verdial
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