No dia 4 de
outubro de 1965, Paulo VI, visitou a sede da ONU, proferiu seu discurso à
Assembleia das Nações Unidas, destacando que “há muito tempo estamos a caminho,
através de uma longa história.
Celebramos,
neste momento, o epílogo da longa caminhada em busca do diálogo com o mundo
inteiro, que começou quando nos foi ordenado: ‘Ide, levai a boa nova a todas as
nações!’.
A Igreja, “navega” então pela modernidade, fazendo-se portadora de uma
mensagem de esperança: Temos consciência de sermos a voz dos mortos e dos
vivos.
Dos mortos que tombaram nas muitas guerras passadas, sonhando com a
concórdia e a paz no mundo. Dos vivos, sobreviventes que condenam em seus corações todos os que tentaram recomeçá-las.
Mas também dos vivos ainda jovens, que caminham confiantes no futuro melhor.
Fazemo-nos igualmente voz dos pobres, dos deserdados e miseráveis, dos
que buscam a justiça, lutam pela dignidade de viver em liberdade, pelo bem
estar e pelo progresso...para não voltar atrás, é preciso avançar... as
relações entre os povos devem ser reguladas pela razão, pela justiça, pelo
direito, e pela negociação, e não pela força, nem pela violência, pela guerra,
pelo medo ou pelo domínio.
A vida humana é sagrada. Ninguém pode violá-la. O respeito à
vida, mesmo no que se refere ao grave
problema da natalidade, deve encontrar sua mais lídima afirmação e sua mais firme defesa.
A tarefa da ONU é fazer com que o pão seja suficientemente abundante
para toda a humanidade, sem favorecer o controle artificial da natalidade. Seria
irracional adotá-lo, sob pretexto de diminuir os convivas no banquete da vida.
Não basta alimentar os famintos. É preciso assegurar a cada ser humano uma
vida conforme a sua dignidade.
O edifício que construís não repousa sobre as bases puramente materiais
e terrenas, mas fundamenta-se em nossas consciências. Devemo-nos habituar a pensar de modo novo o ser humano, sua vida em
comum, seu caminhar na História e os destinos do mundo.
Repensemos nossa origem comum, nossa história e destinos comuns. O
edifício da civilização moderna deve ser construído sobre a base de princípios
espirituais, os únicos capazes de sustentá-lo, de iluminá-lo e de animá-lo,
pelo menos é convicção nossa, funda-se na fé em Deus” (Discurso de Paulo VI, na
Assembleia das Nações Unidas).
Fogo e Água.
Vida e Morte. O Bem e o Mal. Qual a nossa escolha? Qual a sua
escolha? O discurso de Paulo VI, na Assembleia das Nações Unidas em 1965, por
ocasião do Concílio, trouxe para dentro do nosso tempo, a modernidade, estas
possibilidades de escolhas que selam o nosso presente e o nosso futuro.
Vivenciando-a na mais profunda
radicalidade do seu coração, indo além de qualquer exterioridade, de qualquer
escrita, de qualquer materialidade, convidando-nos a ir com Ele, e n’Ele além
da justiça dos mestres da lei e dos fariseus para o lugar do verdadeiro
encontro, onde podemos nos encontrar em
espírito e verdade, construindo o Mundo a partir de dentro, a partir do
coração, pois Ele mesmo falou, “Onde está o teu coração, aí está o teu tesouro”
– é a posse do Reino dos Céus.
Paróquia Santa
Edwiges - Brás de Pina - RJ
Pároco Givanildo
Luiz Andrade
Imagens Daniel
Verdial
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