A celebração da
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, fecha o Ano
Litúrgico. Neste período, meditamos, sobretudo, no mistério de sua vida, sua
pregação e o anúncio do Reino de Deus.
Esta festa celebra Cristo como Rei bondoso e singelo, que como pastor guia a sua Igreja peregrina para o Reino celestial e lhe outorga a comunhão com este Reino para que possa transformar o mundo no qual peregrina.
Jesus não é o Rei de um mundo de medo, mentira e pecado. Ele é
o Rei do Reino de Deus ao qual nos conduz. A possibilidade de alcançar o Reino
de Deus foi estabelecida por Jesus Cristo ao nos deixar o Espírito Santo, que
nos concede as graças necessárias para
obter a santidade e transformar o mundo no amor.
Cristo Rei foi uma das últimas celebrações instituídas pelo Papa Pio XI, na época em que o mundo passava pelo pós guerra de 1917, marcado pelo fascismo na Itália, pelo nazismo na Alemanha, pelo comunismo na Rússia, pelo marxismo-ateu, pela crise econômica, pelos governos ditatoriais que solapavam toda a Europa, pela perseguição religiosa, pelo liberalismo e outros que levavam o mundo e o povo a afastar-se de Deus, da religião e da fé, culminando com a 2ª Guerra Mundial.
O Papa Pio XI instituiu essa festa para que todas as coisas culminassem na plenitude em Cristo Senhor, simbolizado no que diz o Apocalipse :’Eu sou o Alfa e o Ômega, Princípio e Fim de todas as coisas’ – Apl 8 – Ressalta a restauração e a reparação universal realizada em Cristo Jesus, senhor da vida e da história.
Nessa festa, celebra-se também nossa participação no Reino de Deus, sob a condição de aderirmos à verdade trazida por Jesus, pela qual somos caminheiros que se dirigem à Casa do Pai, para participarmos da mesa do Reino e de assumirmos o compromisso do evangelho.
No Evangelho desta solenidade – Mt 25, 31-46, o critério para participar do Reinado do Senhor Jesus é tê-Lo servido nos irmãos: no pobre, no despido, no doente, no prisioneiro, no fraco. Manifesta-se nas coisas pequenas, nas pequenas sementes, nos pequenos gestos, no amor dado e recebido com pureza de cada dia...
Fixemos nosso
olhar no trono da Cruz, Naquele que ali se encontra despido e coroado de
espinhos. Aprendamos com admiração, estupor e gratidão que nossa mais gloriosa
herança neste mundo é participar do seu reinado , levando a humanidade a
descobrir quão diferentes aos nossos são os critérios de Deus.”
Dom Orani João
Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro – Voz do Pastor. Jornal Testemunho de
Fé, pg 3 – 23 a 29 de novembro de 2014, edição semanal nº 719.
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