A BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO, CUJA “DEDICAÇÃO” OU CONSAGRAÇÃO ACONTECEU NO ANO DE 320, É A CATEDRAL DO PAPA, ENQUANTO BISPO DE ROMA. ELA É A
“MÃE DE TODAS AS IGREJAS”, O SÍMBOLO DAS IGREJAS DE TODO O MUNDO, UNIDAS À
VOLTA DO SUCESSOR DE PEDRO.
A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão
convida-nos a tomar consciência de que a Igreja de Deus (que a Basílica de
Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o
testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens.
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Na
primeira leitura, o profeta Ezequiel, dirigindo-se ao Povo de Deus exilado na
Babilônia, anuncia a chegada de um tempo de salvação e de graça, em que Deus
vai estabelecer a sua morada no meio dos homens e vai derramar sobre a
humanidade sofredora vida em abundância.
No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o Novo Templo, o “lugar” onde Deus reside no mundo e onde os homens podem fazer a experiência do encontro com Deus. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
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Na segunda leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto (e aos cristãos de
todos os tempos e lugares) que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o
Espírito. Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a viver numa
dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da
obediência a Deus e da entrega aos irmãos; vivendo dessa forma, eles tornam
Deus presente e atuante no meio da cidade dos homens.
(Jo 2,13-22) - "Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo,
encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí
sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com
as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E
disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai
uma casa de comércio!”
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Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a
Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá.” Então os judeus perguntaram a
Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” Ele respondeu: “Destruí, este Templo,
e em três dias o levantarei.” Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram
precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” Mas
Jesus estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os
discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na
palavra dele".
O culto prestado a Deus no Templo de Jerusalém era, antes de mais, algo sem sentido: ao transformar a casa de Deus num mercado, os líderes judaicos tinham suprimido a presença de Deus… Mas, além disso, o culto celebrado no Templo era algo de nefasto: em nome de Deus, esse culto criava exploração, miséria, injustiça e, por isso, em lugar de potencializar a relação do homem com Deus, afastava o homem de Deus. Jesus, o Filho, com a autoridade que Lhe vem do Pai, diz um claro “basta” a uma mentira com a qual Deus não pode continuar a pactuar: “Não façais da casa de meu Pai casa de comércio”
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A resposta de Jesus é, à primeira vista, estranha: “Destruí este Templo e Eu o
reconstruirei em três dias”. Recorrendo à figura literária do
“mal-entendido”, João deixa claro que Jesus não Se referia ao Templo de
pedra onde Israel celebrava os seus ritos litúrgicos, mas a um outro
“Templo” que é o próprio Jesus (“Jesus, porém, falava do Templo do seu corpo” –
vers. 21). O que é que isto significa? Jesus desafia os líderes que O
questionaram, a suprimir o Templo que é Ele próprio; mas deixa claro que, três
dias depois, esse Templo estará outra vez erigido no meio dos homens. Jesus
alude, evidentemente, à sua ressurreição. A prova de que Jesus tem autoridade
para “proceder deste modo” é que os líderes não conseguirão suprimi-lo. A
ressurreição garante que Jesus vem de Deus e que a sua atuação tem o selo de
garantia de Deus.
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No entanto, o mais notável, aqui, é que Jesus Se apresenta como o “novo
Templo”. O Templo representava, no universo religioso judaico, a residência de
Deus, o lugar onde Deus Se revelava e onde Se tornava presente no meio do seu
Povo. Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside, onde Se encontra com os homens
e onde Se manifesta ao mundo. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o
seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer –
estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o
faz.
Na oração do
Prefácio a Igreja canta:
“Vós quisestes habitar esta casa de oração para nos
tornarmos, pelo auxílio da vossa graça, o templo do Espírito Santo, irradiando
o brilho de uma vida santa. Assim, santificando-a sem cessar, conduzis para a
vossa glória a Igreja, Esposa de Cristo e mãe exultante de inúmeros filhos,
simbolizada pelos templos visíveis.”
(1Cor 3, 16-17)
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A Igreja deve ser o sinal do amor mútuo entre aqueles que partem o mesmo
pão. Para
quem não crê ainda, este deveria ser o “chamado” mais forte para entrar na
Igreja.
PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA - RJ
Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Gabriel Stilpen
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