Homilia de Padre
Givanildo Luiz Andrade
Natal quer dizer nascimento, o que implica dizer que para nascer não
depende necessariamente da escolha do lugar, ou das pessoas que estarão por
perto deste acontecimento único daquele ou daquela que
virá a este nosso mundo, ou mesmo, se nascerá sozinho (a) quando chegar
a Hora de nascer.
O Natal de Jesus insere-se num contexto da história: “Naqueles dias,
apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo
habitado” – Lc 2, 1 – um recenseamento, com a finalidade de determinar e depois
cobrar impostos, é a razão pela qual José com Maria, se deslocam de Nazaré para
Belém.
Por causa do imperador, Maria e
José se deslocam para Belém cidade de Davi, num momento difícil e assim,
aparentemente por acaso, o menino Jesus nascerá no lugar da promessa. Nestas
circunstâncias Jesus nasceu.
Ele pertence a um tempo, que se pode datar com precisão, e a um ambiente
geográfico definido: o universal e o
concreto tocam-se mutuamente.
A esta realidade concreta está ligada a fé, ainda que depois, em virtude
da ressurreição, o espaço temporal e geográfico fique superado, e aquele “vos
precede na Galiléia” (Mt 28, 7) por parte do Senhor lance na vastidão aberta da humanidade inteira (Mt 28, 16).
O decreto de Augusto para o
registro fiscal de todos os cidadãos do mundo conhecido leva José, juntamente
com
sua esposa
Maria, a Belém, à cidade de Davi, e desse modo favorece o cumprimento da
promessa do profeta Miqueias, segundo a qual o Pastor de Israel havia de nascer
naquela cidade (Cf 5, 1-3).
Enquanto estavam
em Belém, completaram-se os dias para o parto, ela deu à luz o seu filho,
envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para
eles na casa
faz-nos lembrar das próprias palavras de
Jesus: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não
tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 20).
Aquele que foi crucificado fora da porta da cidade (Cf Hb 13, 12) também nasceu fora da porta da cidade.
Desde o seu
nascimento, Jesus não pertence àquele ambiente que, aos olhos do mundo, é
importante e poderoso; contudo é precisamente esse menino aparentemente
irrelevante e sem poder que Se revela como verdadeiramente Poderoso, como
Aquele de quem, no final das contas, tudo depende.
Faz parte de nós, ao nos tornarmos cristãos, ou seja, de Cristo, sair do
âmbito daquilo que todos pensam e querem, sair dos critérios predominantes,
para entrar na luz da verdade sobre o nosso ser e, com essa luz, alcançar o
justo caminho.
A manjedoura é o lugar onde os animais encontram o seu alimento.
Agora, porém,
jaz na manjedoura Aquele que havia de apresentar-Se a Si mesmo como
o verdadeiro pão descido do céu, como o verdadeiro alimento de que o homem
necessita para ser pessoa humana, que o alimenta para a vida eterna.
Dessa forma, a manjedoura torna-se uma alusão á mesa de Deus, para a
qual é convidado o homem a fim de receber o pão de Deus.
(Cf Bento XVI, A
infância de Jesus, editora Planeta, 2012, pp 52-62).
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Pároco Padre
Givanildo Luiz Andrade
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