O pão e o vinho
são elementos proféticos nas escrituras. Aparecem já no livro do Gênesis, quando
o sacerdote Melquisedeque quiser celebrar uma ceia histórica - Gn 14,18. Mas
além do sinal, existe uma ação: "partir e distribuir". Depois de o ter
abençoado, o Senhor parte o pão e distribui-o aos discípulos.
Partir o pão é o gesto do pai de família que se preocupa com os seus e lhes dá
aquilo de que têm necessidade para a vida. Mas é também o gesto da
hospitalidade com que o estrangeiro, o hóspede é acolhido na família sendo lhe concedido
tomar parte na sua vida. Partir-partilhar é unir.
Através da partilha, criasse
comunhão. No pão repartido, o Senhor distribui-Se a Si próprio.
O
gesto de partir alude misteriosamente também à sua morte, ao amor até
a morte. Ele distribui-Se a Si mesmo, verdadeiro "pão para a vida do
mundo" - José 6,51.
O alimento de que o homem, no mais fundo de si mesmo, tem necessidade é a comunhão com Deus. Dando graças e abençoando, Jesus transforma o pão: já não é pão terreno, mas a comunhão consigo mesmo.
O alimento de que o homem, no mais fundo de si mesmo, tem necessidade é a comunhão com Deus. Dando graças e abençoando, Jesus transforma o pão: já não é pão terreno, mas a comunhão consigo mesmo.
Esta transformação,
porém, quer ser o início da transformação do mundo, para que se torne um mundo
de ressurreição, um mundo de Deus. Sim, trata-se de transformação: do homem
novo e do mundo novo que têm início no pão consagrado, transformado
e transubstanciado.
"Dissemos
que partir o pão é um gesto de comunhão, é unir através do
partilhar.Deste modo, no próprio gesto já se alude à
natureza íntima da Eucaristia : está é "Ágape", é
amor que se tornou corpóreo. Na palavra ágape, compenetram-se os
significados da Eucaristia e amor.
No gesto de Jesus que parte o
pão, o amor que se participa alcançou a sua radicalidade
extrema: Jesus deixa-Se fazer em pedaços como Pão vivo.
No
pão distribuído, reconhecemos o mistério do grão de trigo que
morre e assim dá fruto. Reconhecemos a nova multiplicação dos
pães, que deriva da morte do grão de trigo e continuará até o
fim do mundo. Ao mesmo tempo vemos que a Eucaristia não
pode ser apenas uma ação litúrgica; só está completa, quando
o "ágape litúrgico" se torna amor no dia a dia.
No culto
cristão, as duas coisas tornam-se uma só: ser cumulados de
graça pelo Senhor no ato cultural e o culto do amor para com
o próximo. Nesta hora, peçamos ao Senhor a graça de aprender
a viver cada vez melhor o mistério da Eucaristia de tal modo
que assim tenha início a transformação do mundo"- Bento
XVI
O que se pede
para cada um de nós, hoje, para entrar neste mistério da Páscoa, cuja
celebração anual estamos iniciando? Pede-se o mesmo que se exigiu para os
hebreus e para Jesus Cristo: fazer uma "passagem". Uma passagem nova
e diferente.
S ão Paulo a define como uma passagem nova e diferente. Uma passagem do homem velho ao homem novo, do fermento de malicia para os ázimos de pureza - 1Cor 5,8.
Portanto, não a passagem de um lugar para outro, mas de um modo de viver para outro, do viver para o mundo é segundo o mundo, para viver para o Pai.
Sim, é preciso "passar". Ainda somos escravos, como os hebreus do Egito. Somos escravos das coisas, das comodidades, dos preconceitos, da moda, do consumismo, da intolerância, enfim, presos do pecado. Deus, a Páscoa, nos chama a sair, a nos rebelar contra tudo isto, a nós despertar do sono terrível em que estamos imersos, a nós levantar e a nos colocar a caminho.
Por isto o cordeiro pascal se devia
comer assim: "tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e
vosso cajado na mão" -
Ex 12,11.
Abrir - nos a
Deus, encaminhar - nos a Ele, talvez seja este o sentido mais profundo da mensagem
pascal. Que os ritos não sejam apenas ritos, mas tornem-se realidade
viva: É a Páscoa do Senhor! Cf. : CNBB, roteiros homileticos da Páscoa - 2015 - Ano B.
PARÓQUIA SANTA EDWIGES
EM BRÁS DE PINA
EM BRÁS DE PINA
Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial