Hoje é a Oitava
da Festa pascal, o Domingo seguinte. E como no Domingo passado, também hoje,
neste Domingo, o Senhor vem ao encontro dos seus discípulos e coloca-se no meio
deles. Será sempre assim: a cada oito dias os cristãos reunidos experimentarão
na Palavra proclamada e no Sacrifício eucarístico celebrado, a presença real,
viva e atuante Daquele que ressuscitou e caminha conosco, ou melhor, caminha à
nossa frente.
E como Tomé, nós, a cada Domingo, admirados, exclamamos: “Meu
Senhor e meu Deus!” E queremos, emocionados, ouvi-lo novamente dizer a nossa
respeito: “Acreditaste porque me viste, Tomé. Bem-aventurados os que creram sem
terem visto!” Bem-aventurados nós, caríssimos meus em Cristo aqui presentes!
Bem-aventurados nós que firmemente cremos no Senhor e participamos do seu
Sacrifício eucarístico, ainda que não tenhamos visto o Senhor com os olhos da
carne!
Eis precisamente
aqui a mensagem deste Domingo da Oitava: fazer-nos conscientes do nosso
encontro, da nossa comunhão real, íntima, transformante, com o Senhor
ressuscitado. Este encontro que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo na
Eucaristia – e, por isso mesmo, faltar à Missa dominical é excluir-se da
Comunidade dos discípulos, é “ex-comungar-se”, é colocar-se fora da Comunhão
com o Ressuscitado e aqueles aos quais ele chama de “meus irmãos”…
Este encontro que ocorre de modo mais intenso a cada Domingo nesta Eucaristia, não começou aqui; iniciou-se no nosso Batismo, quando recebemos, no símbolo da água, o Espírito Santo do Ressuscitado, passando a viver nele que, no seu Espírito, veio realmente viver em nós!
VENCE O MUNDO QUEM CRÊ EM JESUS
“Quem crê em Jesus, vence o mundo, vence o pecado, vence a tragédia de uma vida sem sentido”.
“Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”
“Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue. E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade”.
Vence o mundo quem crê em Jesus; não num Jesus do passado, mas num Jesus que está vivo e na força do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que Ele derramou sobre nós, vem ao nosso encontro, habita em nosso íntimo.
É nos sacramentos que recebemos o Espírito Santo, é nos sacramentos que o Senhor entra em comunhão conosco e nós com Ele. Ele vem continuamente, vivo e vivificador pela água do Batismo e o Sangue da Eucaristia! Nos santos sacramentos, nós experimentamos Jesus, recebemos a vida de Jesus e podemos testemunhar ao mundo que Jesus está vivo e atuante! Que realidade tão misteriosa; que graça tão grande: Jesus é o que vem sempre à sua Igreja na água e no sangue; e ambos nos dão o Espírito Santo de Jesus!
"Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, "rico em misericórdia" (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como "Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade" (Ex34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina.
Na "plenitude do tempo" (Gl 4, 4), quando tudo
estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da
Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o
Pai (Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua
pessoa,
Jesus de Nazaré revela a
misericórdia de Deus.
Precisamos
sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade
e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o
mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo
qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia: é a lei fundamental que mora no
coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no
caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos
abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do
nosso pecado.
Há momentos
em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na
misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai.
"Eterna é a sua misericórdia": tal é o refrão que aparece em cada
versículo do Salmo 136, ao mesmo tempo que se narra a história da revelação de
Deus.
Em virtude da misericórdia, todos os acontecimentos do Antigo Testamento aparecem cheios dum valor salvífico profundo.
A misericórdia torna a história
de Deus com Israel uma história da salvação. O fato de repetir continuamente "eterna é a sua misericórdia", como faz o Salmo, parece querer romper o círculo
do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor.
QUE
A IGREJA SE FAÇA VOZ DE CADA HOMEM E MULHER E REPITA COM CONFIANÇA E SEM
CESSAR: "LEMBRA-TE, SENHOR, DA TUA MISERICÓRDIA E DO TEU AMOR, POIS ELES
EXISTEM DESDE SEMPRE" (SL 25/24, 6).
“Misericordiae Vultus” - Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia
– Papa Francisco, Bispo de Roma Servo dos Servos de Deus
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Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Pároco: Padre Givanildo Luiz Andrade
Fotografia: Daniel Verdial
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