Deus não é solitário, mas comunhão de amor, que transborda de si mesmo, criando,
salvando e santificando. A Igreja reunida em torno do altar é imagem desta
comunhão que brota de Deus e a Ele conduz. Neste Ano da Caridade, reforcemos
nosso compromisso de amor, fraterno amor, amando e socorrendo especialmente os
mais necessitados. Este será sempre o sinal de que cremos no Deus-Amor.
SANTÍSSIMA TRINDADE: “LUZ,
RESPLENDOR E GRAÇA, NA TRINDADE E PELA TRINDADE”
Santo Atanásio
de Alexandria - Séc. IV.
“Celebramos um
mistério, aquele pelo qual nossa religião se distingue de todas as outras. O
povo hebreu adorava um só Deus, Javé; conhecia somente a unidade de Deus. A religião cristã conhece a unidade na
distinção: um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito santo.
A revelação
deste mistério foi a maior novidade trazida por Jesus. Antes dele os profetas
haviam falado de Javé, o Deus que havia criado o universo para derramar seu
amor a todas as criaturas.
Mas Jesus levou os homens ao conhecimento de uma
vida e de uma dialética de amor no
próprio Deus e as criaturas; ou seja, conduziu-os ao conhecimento de uma pluralidade e de uma
comunhão de pessoas em Deus.
Deus é amor – revelou-nos o N. T –e o amor não
pode ficar parado e fechado em si mesmo, mas, por sua natureza, se expande e
circula. O Deus de Jesus Cristo é a Trindade:
‘Eu e o Pai somos uma só coisa’, respondeu Jesus a Filipe: “Somos”,
portanto, trata-se de uma pluralidade de pessoas; “uma coisa só”, por
conseguinte, uma única realidade e um só Deus.
A Igreja foi
tomando consciência pouco a pouco da profundidade deste mistério. Esta fé
trinitária haurida da revelação se expressa continuamente na celebração da
liturgia: o Glória, o Credo e o Sinal da Cruz – tudo traz a marca da fé
trinitária.
A
TRINDADE É UM MISTÉRIO DE
CONDESCENDÊNCIA.
Condescendência: dois conceitos estão contidos nesta palavra: aquele de
“descer” e aquele de descer junto – “com”. Deus Pai, Filho e Espírito Santo
descem juntos ao encontro do homem, adaptam-se a sua pequenez, a seus passos de
criança – condescendem. Vêm viver com ele.
Mandar, descer, vir: estes são os verbos com os quais, especialmente no evangelho de João, se fala das pessoas divinas. Desci do Pai e vim ao mundo; Deus mandou o seu Filho no mundo, eu e o Pai viremos, o Espírito virá a vós . Deus vem ao homem e vem em sua íntima realidade e plenitude, como é em si mesmo e como o conheceremos um dia.
A revelação da Trindade é o gesto supremo da condescendência divina para com o homem. A vida de fé do cristão está ligada indissoluvelmente às três pessoas divinas, que vieram em nós no Batismo.
Estabeleceram em nós sua habitação e nos são mais íntimos do que nós mesmos ( S. Agostinho ). Em seu nome e no diálogo com eles desenvolve-se toda a nossa vida de fé, desde o berço até o túmulo.
No limiar da existência fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; no ocaso dela, partiremos deste mundo ainda “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Fazendo o sinal da cruz, nós declaramos, a cada vez, nossa vontade de pertencer à Trindade.
Nós estamos caminhando na estrada de volta ao Pai, em companhia de seu Filho Jesus Cristo, na Unidade do Espírito Santo. A Trindade é “o oceano da paz” para o qual desliza o pequeno riacho de nossa vida.
Dentro de algum ano, ou dentro de algum dia. Para muitos de nossos irmãos, o encontro misterioso se dá neste momento; neste instante, seus olhos se escancaram à luz da Trindade e compreendem como toda a história e todo o universo gravitam ao redor daquele ponto; como tudo procede daí e tudo para ali volta.
Trindade da
esperança; da esperança que não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito santo que nos foi dado – Rm
5,5”.
(Cf.: Raniero
Catalamessa, Solenidade da Santíssima Trindade, O Verbo se faz carne, anos A,
B, C, 2012, Ave Maria, pp 99-102)
PARÓQUIA SANTA EDWIGES EM BRÁS DE PINA
Pároco: Givanildo Luiz Andrade
Imagens: Daniel Verdial
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