A liturgia deste domingo ensina-nos que Deus tem um
“fraco” pelos humildes e pelos pobres, pelos marginalizados; e que são estes,
no seu despojamento, na sua humildade, na sua finitude (e até no seu pecado),
que estão mais perto da salvação, pois são os mais disponíveis para acolher o
dom de Deus.
A primeira leitura define Deus como um “juiz justo”, que não se deixa subornar
pelas ofertas desses poderosos que praticam injustiças na comunidade; em
contrapartida, esse Deus justo ama os humildes e escuta as suas súplicas.
O Evangelho define a atitude correta que o
crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e
auto-suficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus
méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de
Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. É essa atitude de
“pobre” que Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos os tempos.
Na segunda leitura, temos um convite a viver o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. A leitura foge, um pouco, ao tema geral deste domingo; contudo, podemos dizer que Paulo foi um bom exemplo dessa atitude que o Evangelho propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas na misericórdia de Deus, que justifica e salva todos os homens que a acolhem
Homilia
de Padre Givanildo Luiz de Andrade
Não somos apenas seres vivos e humanos, com uma
história extraordinária na evolução e conquistas para o nosso tempo e para o
das gerações futuras.
Sim, somos tudo isto, mas somos também quem
caminha em busca de algo, que ousamos chamar de salvação. Sim, porque há coisas
que não dependem simplesmente de nós, de nossas capacidades. São os dons. e
entre tantos dons, há a salvação. Dom quer dizer gratuidade. Recebemos de
graça, sem nenhum mérito nosso. Portanto, a salvação é um ato gratuito e
soberano de Deus. Não há Lei que salve. Só a fé em Jesus Cristo leva-nos à
posse deste dom precioso que é a salvação.
O que nos leva a refletir que não há, de um lado
justos e de outro pecadores. Todos pecaram e estão privados da glória de Deus e
Deus os justifica gratuitamente por sua graça, tal é a obra da redenção,
realizada em Cristo ( Rm 3, 23-24).
A fé em Jesus cristo é o grande caminho da salvação.
"Ele, morto e ressuscitado; sua cruz é toda a grandeza, a glória, a
esperança e a ousadia dos que creem". É a plenitude do amor que gera obras
de caridade que agrada o coração de Deus.
"Tu ó Deus nos ama não obstante sejamos
pecadores; que nos justificaste gratuitamente em Jesus Cristo, para dar honra a
ele que morreu e ressuscitou por nós. Cremos que se no-lo deste não
negarás nada daquilo que é necessário para coroar na glória esta aventura
maravilhosa da salvação. cremos que te agradam nossas boas obras feitas para
responder ao amor...".