Na Bíblia encontramos a Palavra de Deus expressa pela palavra dos homens,
revelando o projeto de Deus, que transforma a história e a leva em
direção à liberdade e à vida plena para todos.
A partir do
Concílio Vaticano II, a Bíblia retomou o seu lugar na Igreja, como fonte e alma
da vida cristã. A cada dia o povo descobre o tesouro dos Livros Sagrados e,
progressivamente, vai tomando consciência da relação que existe entre
Bíblia e Vida.
Podemos dizer que o povo cristão percebe cada vez mais a
Bíblia dentro de sua vida e passa a encontrar sua vida dentro da Bíblia. A
Palavra de Deus se torna, assim, verdadeira "lampada para os pés, e luz
para o caminho" (Sl 119,105).
É a soma de 73 livros inspirados por
Deus. É o livro mais lido, vendido e traduzido em todo o mundo. É um livro que
não envelhece. A cada dia ele se apresenta como novo, respondendo às perguntas
e inquietações de hoje.
Não basta possui-la, é necessário lê-la. Precisamos
entendê-la, vivê-la e anunciá-la a todos. O evangelista
Marcos em 13,31 diz:
"PASSARÃO CÉUS E TERRA, MAS MINHA PALAVRA NÃO PASSARÁ".
Homilia de Padre
Givanildo Luiz Andrade
O CORAÇÃO DO PAI: TERNURA E COMPAIXÃO – SL 24, 4-9 - XXVI - DTC- A
Quem já não experimentou uma profunda dúvida, uma divisão interna?
Quem
já não trouxe ou traz em si uma vontade tremenda em seu coração lutando
com a consciência que faz lembrar as palavras de São Paulo: “porque não faço o
bem que quero, mas o mal que não quero
esse faço.” – Rm 7, 19. Pois é.
Assim se desenrola a nossa vida e enquanto
pessoas de fé, vamos encontrar em Cristo a condição de “produzirmos frutos para
Deus.” Isto só é possível através do livre arbítrio que é o exercício da
escolha e decisão. A decisão é tua. O preço da liberdade.
Fora deste contexto
de opção livre; o querer e o fazer, na dicotomia que revela as nossas dúvidas e
divisões internas, pode surgir um perigoso modo de ser: o viver segundo a
aparência.
Conhecer o rigor da Lei, segui-la naquilo que lhe interessa,
vivenciar a religião nos seus rituais e sacrifícios e até ação de graças, mas
escamotear a caridade, o que necessariamente desemboca numa
vida de “fachada”,
de “sepulcros caiados”, farisaísmo, conduta de vida condenada por Jesus, que
convida-nos a uma outra atitude: “Que o
teu sim, seja sim; que o teu não, seja não.”
Na segunda
leitura de hoje, Paulo , dirige-se à
Comunidade de Filipos, na Grécia e expõe-lhe, no condicional, os elos que irão
entrelaçando-se até chegar ao Bem maior da Comunidade: “se existe consolação na
vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito,
se existe ternura e compaixão”, então a harmonia e a unidade serão as constituintes da alegria, na medida em que julgue que o outro é o mais importante.
Assim, tenderá para o mesmo sentimento de Cristo Jesus, que sendo de condição divina, esvaziou-se a si mesmo, tornando-se igual a nós, e exaltado pelo Pai, toda língua proclamará: "Jesus Cristo é o Senhor!" – Fl 2, 1-11.
Não estar no ser ancião e no ser sacerdote a precedência de entrar no Reino de Deus, o que necessariamente é preciso reconhecer é que, a sabedoria deste mundo passa.
É a
conversão que vem pela pregação “num caminho de justiça” – Mt 21,32 – que faz com que os cobradores de impostos e as
prostitutas entrarão primeiro no Reino de Deus. Não por serem cobradores de
impostos e prostitutas, mas porque, creram. “Vai em paz e não peques mais”,
diz-nos Jesus.
Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina
Pároco: Padre Givanildo Luiz Andrade
Imagens: Daniel Verdial
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