terça-feira, 11 de novembro de 2014

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM - DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO – FESTA

A BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO, CUJA “DEDICAÇÃO” OU CONSAGRAÇÃO ACONTECEU NO ANO DE 320, É A CATEDRAL DO PAPA, ENQUANTO BISPO DE ROMA. ELA É A “MÃE DE TODAS AS IGREJAS”, O SÍMBOLO DAS IGREJAS DE TODO O MUNDO, UNIDAS À VOLTA DO SUCESSOR DE PEDRO. 

A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão convida-nos a tomar consciência de que a Igreja de Deus (que a Basílica de Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel, dirigindo-se ao Povo de Deus exilado na Babilônia, anuncia a chegada de um tempo de salvação e de graça, em que Deus vai estabelecer a sua morada no meio dos homens e vai derramar sobre a humanidade sofredora vida em abundância.

No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o Novo Templo, o “lugar” onde Deus reside no mundo e onde os homens podem fazer a experiência do encontro com Deus. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
Na segunda leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto (e aos cristãos de todos os tempos e lugares) que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o Espírito. Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a viver numa dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da obediência a Deus e da entrega aos irmãos; vivendo dessa forma, eles tornam Deus presente e atuante no meio da cidade dos homens.

(Jo 2,13-22) - "Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 
Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá.” Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” Ele respondeu: “Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei.” Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele".

O culto prestado a Deus no Templo de Jerusalém era, antes de mais, algo sem sentido: ao transformar a casa de Deus num mercado, os líderes judaicos tinham suprimido a presença de Deus… Mas, além disso, o culto celebrado no Templo era algo de nefasto: em nome de Deus, esse culto criava exploração, miséria, injustiça e, por isso, em lugar de potencializar a relação do homem com Deus, afastava o homem de Deus. Jesus, o Filho, com a autoridade que Lhe vem do Pai, diz um claro “basta” a uma mentira com a qual Deus não pode continuar a pactuar: “Não façais da casa de meu Pai casa de comércio” 
A resposta de Jesus é, à primeira vista, estranha: “Destruí este Templo e Eu o reconstruirei em três dias”. Recorrendo à figura literária do “mal-entendido”, João deixa claro que Jesus não Se referia ao Templo de pedra onde Israel celebrava os seus ritos litúrgicos, mas a um outro “Templo” que é o próprio Jesus (“Jesus, porém, falava do Templo do seu corpo” – vers. 21). O que é que isto significa? Jesus desafia os líderes que O questionaram, a suprimir o Templo que é Ele próprio; mas deixa claro que, três dias depois, esse Templo estará outra vez erigido no meio dos homens. Jesus alude, evidentemente, à sua ressurreição. A prova de que Jesus tem autoridade para “proceder deste modo” é que os líderes não conseguirão suprimi-lo. A ressurreição garante que Jesus vem de Deus e que a sua atuação tem o selo de garantia de Deus.
No entanto, o mais notável, aqui, é que Jesus Se apresenta como o “novo Templo”. O Templo representava, no universo religioso judaico, a residência de Deus, o lugar onde Deus Se revelava e onde Se tornava presente no meio do seu Povo. Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside, onde Se encontra com os homens e onde Se manifesta ao mundo. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.

Na oração do Prefácio a Igreja canta: 
“Vós quisestes habitar esta casa de oração para nos tornarmos, pelo auxílio da vossa graça, o templo do Espírito Santo, irradiando o brilho de uma vida santa. Assim, santificando-a sem cessar, conduzis para a vossa glória a Igreja, Esposa de Cristo e mãe exultante de inúmeros filhos, simbolizada pelos templos visíveis.”
 (1Cor 3, 16-17)
A Igreja deve ser o sinal do amor mútuo entre aqueles que partem o mesmo pão. Para quem não crê ainda, este deveria ser o “chamado” mais forte para entrar na Igreja.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA - RJ
Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Gabriel Stilpen 

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